Em 2005 e 2006 a imprensa estava tão ocupada em excitar-se e em procurar excitar-nos com o folk de capelista de Joanna Newsom, a costela sul-americana de Devendra, a harpa balzaquiana de Josephine Foster ou os Legos das CocoRosie, que não reparou nem fez reparar no único e extraordinário disco - nos dias que correm – de uma banda de Londres: The Eighteenth Day of May.
O Cd homónimo é composto por 12 temas quase perfeitos, no seio dos quais as guitarras de Ben Phillipson e Richard Olson competem para apurar qual deles melhor estudou a técnica de Richard Thompson. Allison Brice, a vocalista, nem se dá ao trabalho de disfarçar a admiração que nutre por Shirley Collins. Factores que adicionados a um songwriting inspirado fazem um disco notável . Facto que, todavia, não seria suficiente para assegurar a continuidade do grupo.
( The Eighteenth Day of May )
Tendo ficado momentaneamente a perder, acabámos a ganhar pois, das cinzas dos Eighteenth Day of May e até hoje, já nasceram duas novas bandas: The Left Outsides ( já anteriormente abordados no Atalho ) e The See See.
Dinamizados por Richard Olson, os últimos publicaram em 2008 o EP “Up the hill” onde deixavam perceber que o epicentro das suas influências se transferira de Inglaterra ( onde os Left Outsides se mantêm ) para a costa oeste dos EU; facto a que por certo não é estranha a presença no grupo dos americanos Kevin Peyok ( The Waxwings ) e Ben Swank ( Soledad Brothers ). O tema “Up the hill” possui vincada matriz byrdsiana. “Late morning light” por seu lado é algo que se poderá definir como “Richard Buckner meets Son Volt” .
Dinamizados por Richard Olson, os últimos publicaram em 2008 o EP “Up the hill” onde deixavam perceber que o epicentro das suas influências se transferira de Inglaterra ( onde os Left Outsides se mantêm ) para a costa oeste dos EU; facto a que por certo não é estranha a presença no grupo dos americanos Kevin Peyok ( The Waxwings ) e Ben Swank ( Soledad Brothers ). O tema “Up the hill” possui vincada matriz byrdsiana. “Late morning light” por seu lado é algo que se poderá definir como “Richard Buckner meets Son Volt” .
O recente single “Keep your head” ( uma edição em vinil da Great Pop Supplement ) vem consolidar o discurso e acabar com as dúvidas. The See See é em definitivo uma banda folk-rock de inspiração californiana. “Keep your head” possui as cores, as vozes e as guitarras de Cali enquanto as melodias vacilam entre Byrds e Buffalo Springfield. O flipside “Clap your hands and shake a chain” ostenta os “vibratos” e “hooks” que os Plimsouls usaram nos seus álbuns. Identificar melhores pontos cardeais seria difícil.
O álbum só está prometido para o final do ano. Entretanto “Keep your head” está a deixar incandescente a agulha do meu gira discos.