21/09/23

Lost Nuggets ( 171 )


Willis Alan Ramsey "S/t" ( Shelter Records SW 8914 ) USA, 1972

- "The Ballad of Spider John"
- "Muskrat Candlelight"
- "Geraldine and the Monkey"
- "Wishbone"
- "Satin Sheets"
- "Goodbye Old Missoula"
- "Painted Lady"
- "Watermelon Man"
- "Boy from Oklahoma"
- "Angel Eyes"
- "Northeast Texas Women"

Willis Alan Ramsey ( canções, voz, guitarra, baixo e harmónica ), com: Nick Caro ( acordeão ), Ernest Watts ( sax ), Leon Russell ( vibrafone e pianos ), John Harris e Larry Steelman ( piano ), Waller Collie, Jim Keltner, Kenneth Buttrey e Russ Kunkel ( bateria ), Robert Aberg, Eddie Hinton e Charles Perrino ( guitarras ), Red Rhodes ( guitarra slide ), Carl Radle, Leland Sklar e Tim Drummond ( baixo ), Dusty Rhodes e Tim Self ( violino ), Kathy Pruitt ( violoncelo ).

Produção de Denny Cordell e Willis Alan Ramsey

Capa: design de Good Time Graphix; foto de Bill Matthews.

Agradecimentos a Leon Russell, J. J. Cale e Elliot Mazer.

16/09/23

P. G. Six "Murmurs & Whispers"

 


Se atendermos aos últimos doze anos, “Murmurs & Whispers” constitui o primeiro registo de Pat Gubler com o seu projecto P. G. Six desde “Starry Mind”.

No entretanto, colaborou nos Garcia Peoples, Wet Tuna, Weeping Bongo Band; já em 2023 integrou o colectivo Stella Kola, responsável por um belíssimo álbum homónimo.

Aqui, em “Murmurs & Whispers”, Gubler oscila entre a velha sonoridade folk que há muito chamou a atenção do Atalho ( “Just Begun”, “Barley Wine” ), suportada nas melodias e na forma como estas são vestidas – cortesia de instrumentos como a harpa celta e o hurdy gurdy – e ambientes mais etéreos pouco habituais no autor ainda que não inéditos ( “Meandering”, “Foggy Hill” ).

Sereno e nostálgico como em “Leaves” ( facto a que a co-autoria de Alan Davidson não é certamente alheia ), algo sombrio também, como em “Tell me death”, esta escrita a meias entre Gubler e Sharron Kraus.

Tudo ponderado, “Murmurs & Whispers” não sendo do ponto de vista instrumental tão apelativo quanto “Starry Mind” ou “Slightly Sorry”, personifica o agradável regresso de um dos artistas mais interessantes da música americana contemporânea.

O tempo encarregar-se-á de confirmar ou modificar esta asserção.

20/08/23

Artefactos ( 131 )








"Waterbomb!" nº 6

Fanzine, UK, 1991

Entre outros, publicou textos sobre Jack Frost ( Steve Kilbey / Grant McLennan ), Brian Wilson, Big Star, Dentists e Red Chair Fadeaway.

Acompanhava-o um flexi-disc incluindo temas de Red Chair Fadeaway e Fudge.

13/08/23

Heroes are hard to find ( 97 )


Louis Tillett

( 1953 - 2023 )

09/08/23

Leituras


Gary Snyder "Nada Natural, Antologia Poética" ( Douda Correria, Abril 2017 )

"Beat" Adolfo Luxúria Canibal ( do lado esquerdo, Fevereiro 2023 )

Gregory Corso "Gasolina" ( Barco Bêbado, Dezembro 2021 )

21/07/23

Jardins do Paraíso ( 80 )


 

A reedição de “Mare La Lande”, o “álbum perdido” de Laurent Angrand e Patrick Robin, consolida aquela velha suspeita de que existe ainda por aí belíssima música por descobrir.

Angrand e Robin conheceram-se no início dos 70s através de Jack Treese, um americano oriundo do Midwest radicado no condado de Périgord e que no período compreendido entre 1971 e 1974 publicaria em França quatro álbuns de matriz folk.

Instrumentistas dotados Angrand e Robin juntaram talentos. O resultado são os dez temas que fazem “Mare La Lande”. Integralmente acústico, o álbum é uma pequena delícia instrumental. O tricotado das guitarras transporta-nos para espaços à época percorridos por John Renbourn, Bert Jansch e Leo Kottke, aguarelas sonoras que aqui e ali nos sugerem atalhos conducentes a Laurel Canyon.

Consta que Jack Treese terá tocado banjo nas sessões de gravação levadas a cabo no famoso Studio 20 em Angers; um dado que todavia não é possível confirmar através das informações disponíveis no álbum.

Publicado em 1974, “Mare La Lande” não chegou a ser objecto de promoção/divulgação. A separação abrupta do duo após as gravações terá sido a razão. Acto contínuo e como era então regra, a maioria dos exemplares da diminuta edição privada acabaram destruídos.

A recente reedição da France Bizarre vem finalmente corrigir aquela prática, permitindo-nos testemunhar mais um belíssimo capítulo do folk francês dos 70s.

14/07/23

Lost Nuggets ( 170 )


"Wayfaring Strangers: Cosmic American Music" ( Numero Group 058 ) USA, 2016

"I have some sort of 'rep' for starting what has turned out to be pretty much of a 'country-rock' plastic dry-fuck"

( Gram Parsons, 1972 )

- Jimmy Carter and Dallas County Green - "Travelin"
- Mistress Mary - "And I didn't want you"
- Plain Jane - "You can't make it alone"
- Dan Pavlides - "Lily of the valley"
- Angel Oak - "I saw her cry"
- Kathy Heidiman - "Sleep a million years"
- Deerfield - "Me lovin you"
- Arrogance - "To see her smile"
- Jeff Cowell - "Not down this low"
- Kenny Knight - Baby's back"
- The Black Canyon Gang - "Lonesome City"
- Allan Wachs - "Mountain Roads"
- Mike and Pam Martin - "Lonely entertainer"
- Bill Madison - "Buffalo Skinners"
- White Cloud - "All cried out"
- Ethel-Ann Powell - "Gentle One"
- Sandy Harless - "I know her well"
- F. J. McMahon - "The spirit of the Golden Juice"
- Doug Firebaugh - "Alabama Railroad Town"




Compilação de: Douglas Mcgowan, Blake Rhein e Rob Sevier.

Produção de: Blake Rhein, Rob Sevier e Ken Shipley

Notas de: Ryan Boyle, Isaac Fink, Jon Kirby, Douglas Mcgowan, Judson Picco, Blake Rhein, Rob Sevier e Ken Shipley.

Fotos: Henry Diltz


04/07/23

Artefactos ( 130 )





Bucketfull of Brains

Magazine fundado por Nigel Cross e publicado entre 1979 e 2015

20/06/23

Jardins do Paraíso ( 79 )

 


De uma elegância extrema, quer lírica quer instrumental, “Upon Velveatur” ( 1973 ) é um daqueles discos que muito dificilmente deixaria descendência; porque irrepetível na forma e no conteúdo.

Não causa portanto estranheza o facto do canadiano Roger Rodier não ter produzido nenhum outro disco desde então.

Folk-rock para uns, acid-folk para alguns, loner-folk para outros, “Upon Velveatur” funde todos estes paradigmas sem se ater a nenhum deles em particular. Pelo meio, criteriosamente, acrescenta pinceladas da então predominante sonoridade west-coast.  



A grande notícia reside na circunstância de muito embora alguma bipolaridade temática, nunca resvala ou descaracteriza, atingindo uma salutar homogeneidade que só poderá encontrar explicação no talento e bom gosto do autor.

O tricotado das guitarras acústicas é uma delícia, as intervenções das eléctricas nem tanto. Porém os arranjos e orquestrações ( Yves Lapierre ) são o cimento que cola os pequenos grandes detalhes os quais, por sua vez adicionados, conferem às canções uma identidade perene.

A recente reedição em vinil ( Sunbeam, 2023 ) reproduz o design gráfico original ( booklet e mini poster incluídos ) e acrescenta um CD onde além da totalidade do álbum nos permite aceder aos quatro lados dos dois singles francófonos que Roger Rodier gravou em 1969 com o compatriota Germain Gauthier e que, sem exagero, são também locais de paragem obrigatória para todos os que se interessam por estes sons ou pela música do Quebec em particular.

Um disco de uma vida, ou uma vida num disco.


05/06/23

Leituras ( William Burroughs )


Revista e aumentada, a mais recente edição portuguesa de "Junky" ( Minotauro, 2023, 202 páginas ); ao lado a primeira edição nacional do livro ( Edições Palirex, 196?, 196 páginas ), incluindo prefácio da autoria de Carl Solomon. O título é uma verdadeira pérola, porém a iniciativa, considerando os constrangimentos da época, merece ser sublinhada.

30/05/23

David Blue "The Lost 1967 Elektra Recordings & More"

 

“… He has lots of friends, most of them dead…( David Blue, in “The Street” )


 Um artista que escreve esta frase para uma das suas canções não merece ser negligenciado.

E no entanto, apesar de em vida ter publicado sete álbuns, Stuart David Cohen permanece um semi desconhecido. Contemporâneo e “compagnon de route” de Dylan na Greenwich Village dos mid 60s, Blue gravou as suas primeiras três canções para a Elektra, publicadas em 1965 no álbum “Singer Songwriter Project”,  uma edição com formato pioneiro e que além daquelas integrava também temas de Richard Farina, Patrick Sky e Bruce Murdoch.

Convidado a prosseguir, no ano seguinte o autor gravaria “David Blue” um disco icónico e muito interessante. Embora retratasse ( musical e socialmente ) o espírito da Greenwich, não logrou à época obter grande adesão em matéria de vendas.

No decorrer de 1967, David Blue grava um derradeiro álbum para a Elektra.  Por vicissitudes várias as fitas nunca veriam a luz do dia. Até agora.



The Lost 1967 Elektra Recordings & More” são onze canções, oito gravações inéditas a que se juntam os três temas inicialmente incluídos em “Singer Songwriter Project”. Suportado musicalmente pela The American Patrol, Blue gravou na ocasião um conjunto de canções que só critérios editorias obscuros e ou de índole mercantil justificam a sua não publicação em tempo.

Colocando de lado o lirismo, quase sempre soberbo e inspirador, do ponto de vista estritamente musical estas canções poderiam ser primas direitas daquelas outras que Dylan gravava quase simultaneamente em Woodstock;  e sim é de  Basement Tapes” que falamos.

“Vaudeville Blues”, “King of Spain” ou “Dr. Smith’s Electrical Light Machine”, estilisticamente a anos luz do álbum de estreia, poderiam ter sido compostas e gravadas na casa “Big Pink” em West Saugerties com a trupe da The Band.

“You need a change”, “23 Days in September”, “Anna” e “Scales for a window thief” por seu turno definem o estilo futuro do autor e não foi certamente por mero acaso que as quatro, embora objecto de versões diversas, integraram “These 23 Days in September” ( 1968 ) o primeiro álbum para a Reprise e que é a par de “Stories” ( 1971 ) um dos grandes discos de David Blue.



A carreira do autor prosseguiu diversificada e intermitente até à sua morte em 1982. O capítulo maior que faltava conhecer aí está, finalmente. No espaço cinzento dos “live bootlegs” habitam ainda duas canções: “Tell me what it’s like when you get back, Jack” e “Anything you find on the floor is yours”. Restará saber até quando …

24/05/23

"Blues from The Avon Delta, The Matchbox Blues Story"


"Blues from The Avon Delta, The Matchbox Blues Story"

Mark Jones

The Record Press, 2021, 114 páginas