27/02/24

Brown Horse "Reservoir"

 


From 1999 to 2004 / I was stealing horses / You weren’t even born / But I heard you on the radio late last night / Singing an old Jimmie Rodgers song …” ( in “Stealing Horses”, “Reservoir”)

 

Não sendo adepto e muito menos militante do clássico “no meu tempo é que era bom”, admito sem rebuço a escassez de pachorra para ir acompanhando a profusão de mediocridades que empenhados “caixeiros viajantes”, nos media e redes sociais, procuram vender como se tratando do último upgrade aos  Jardins Suspensos da Babilónia.

A redenção será por estes dias inalcançável, porém a esperança resiste, estoica, esporadicamente suportada numa realidade cúmplice.

E aqui chegamos a “Reservoir”, o álbum estreia dos Brown Horse, uma banda oriunda de Norfolk no leste de Inglaterra. Um detalhe nada despiciendo, uma vez que ao escutar os primeiros acordes do acima citado tema de abertura, o ouvinte pode ser tentado a presumir que a origem se encontra na cidade de Norfolk, mas na Virginia.

“Stealing Horses” encanta e hipnotiza, o mesmo sucedendo com a generalidade dos restantes temas que compõem “Reservoir”.

Os textos, a excitante descoberta das vocalizações de Patrick Turner ( como em Dylan ou Petty a voz é um instrumento; as palavras são ditas/sugeridas num murmúrio onomatopaico que recruta a atenção do ouvinte magnetizando-o ), melodias, arranjos …, somam-se num corpo harmonioso que se projecta para além do tempo, de qualquer tempo.



Um todo que evoca o passado presente onde o lirismo de Jay Farrar ( Uncle Tupelo, Son Volt ) se cruza com a melancolia de Josh Haden ( Spain ), piscando o olho à literacia de Willy Vlautin ( Richmond Fontaine ).

Sedeado algures entre o “alternative country” e o “americana”, “Reservoir” não inclui um tema supérfluo. Por cima de guitarras laid back, o acordeão e a lap steel são protagonistas em “Steeling Horses”, na canção título e em “Called away”. “Outtakes” por seu lado configura um mini-épico que Jason Molina não desdenharia ter escrito, preenchendo o pódio onde já se encontravam “Steeling Horses” e “Reservoir”.

Por agora, os Brown Horse são pequenas silhuetas na paisagem musical dos eleitos. Buscam a modernidade enquanto convocam a tradição. Mais, muito mais do que nos dias de hoje seria razoável exigir. Veremos no futuro.

No entretanto, dificilmente escutaremos algo semelhante nos próximos tempos.

10/02/24

Welcome to Compiland

 


No decorrer de 1959 Loukas e Margaret Matheou adquiriram em Londres, no número 49 da Greek Street. No imóvel projectavam estabelecer um restaurante especializado em comida, não grega mas francesa. Nos anos que se seguiram e à medida que o negócio fluía, concluíram que o espaço era excessivo para um restaurante. Implementaram alterações, lançando os alicerces para um clube cujo objectivo seria a promoção e divulgação das músicas folk e blues, à época géneros predominantes nos finais de tarde do Soho.

Ainda que sem licença para a actividade, “Les Cousins, Club Continental” abriu as portas no dia 4 de Outubro de 1964, tendo encerrado cerca de seis anos depois em Abril de 1972. Durante o período foi um porto ( palco no caso ) seguro para a grande maioria dos talentos que focados nas linguagens folk e blues, demandavam reconhecimento e sucesso no então artisticamente efervescente bairro londrino.



Americanos: Paul Simon. Tim Hardin, Tom Rush,  Spider John Koerner, Derroll Adams, Jackson C. Frank, Dave Van Ronk, Julie Felix; britânicos: de Bert Jansch a Nick Drake, passando por Sandy Denny, Cat Stevens, Wizz Jones, Shirley Collins, Al Jones, Keith Christmas, Watersons, Shelagh McDonald, Martin Carthy, Kevin Ayers, Ian A. Anderson, John Martyn, Anne Briggs, C.O.B., Alexis Korner, Roy Harper, Bridget St. John, Plainsong, Nadia Cattouse … entre muitos outros, figuram entre os nomes documentados como tendo actuado no Les Cousins.

A compilação “Les Cousins, The Soundtrack of Soho’s Legendary Folk & Blues Club”, curada e magnificamente anotada por Ian A. Anderson, oferece 62 temas de um igual número de artistas.



Não constituindo embora uma total revelação para os que se interessam pelos géneros musicais em análise -  ainda assim e como seria expectável, existem aqui algumas muito agradáveis surpresas ; a título de exemplo relevam-se “Leaf without a tree” de Sam Mitchell apenas publicado na compilação da Music Man “Firepoint, A Collection of Folk Blues Tracks”, “Bye Bye Bohemia” de Tom Yates ou “Memory Book” de Mudge & Clutterbuck, publicado num EP raríssimo da Saydisc em 1968 - , é todavia uma delicia do primeiro ao sexagésimo segundo tema.



Depois das séries “Pebbles” e, sobretudo, após a mítica “Nuggets, Original Artyfacts from the First Psychedelic Era 1965-1968”, resta pouco espaço para compilações com vista para o garage / fuzz norte-americano daqueles anos. No entanto, mais ou menos interessantes, continuam a proliferar validando e eternizando um género que se reconhece importante embora frequentemente sobrevalorizado.

Pushin’ Too Hard, American Garage Punk 1964-1967” é mais um desses exemplos. Porventura demasiado optimista: 94 temas ( 31 no CD1, 32 no CD2 e 31 no CD3 ) maioritariamente em mono ( apenas 7 versões stereo ), revela algumas contraindicações. A saber: a) os textos das sempre necessárias e interessantes notas do booklet estão impressas em tamanho minúsculo, facto que os nossos olhos, já com bastante mais passado do que futuro, não apreciam especialmente; b) ainda que enérgicos mas genericamente carecendo duma sofisticação que sempre dá algum jeito, à medida que a audição vai decorrendo, a sensação que emerge é a de que os temas apresentam poucas diferenças entre si.



Exceptuam-se aqueles que deixaram para trás as óbvias influências da “british invasion” ( Kinks, Yardbirds, Rolling Stones, Pretty Things, etc )  prevalecendo aqueles outros  verdadeiramente bafejados pelo talento dos seus autores. Falamos de clássicos como os Remains, Seeds, Beau Brummels, Paul Revere & The Raiders, 13th Floor Elevators, Electric Prunes, Shadows of Knight,, Sonics, Standells … ou de magníficas surpresas como The McCoys, Fenwyck, The Leaves, The Bees The Squires, The Liberty Bell, The Zakary Thaks ( conferir a compilação publicada em 1982 “Liberty Bell / Zakary Thaks, Texas Reverberations” ), Thursdays Children ( o excelente “You can Forget about that” pode também ser encontrado em “Never Ever Land, Texan Nuggets from International Artists Records 1965-1970” ).

Resumindo, ambiciosa em demasia e exagerando na arqueologia, “Pushin’ Too Hard” é uma daquelas compilações que tem como alvo principal os convertidos, marginalizando os neófitos eventualmente interessados no saudável exercício de iniciação ao género.


 

O universo das “private pressings” - álbuns compostos, interpretados, gravados e usualmente publicados num registo DIY pelos próprios artistas ou por uma editora amadora - , constitui, já  o referimos anteriormente no Atalho, um espaço apaixonante, inesgotável e em permanente registo de descoberta. O senão, nada despiciendo, prende-se com o facto de as edições serem por razões compreensíveis muito limitadas, logo muito raras e como tal dispendiosas.

One Mile From Heaven” propõe-nos duas dezenas de canções retiradas de outros tantos álbuns de artistas norte-americanos e canadianos, os quais por razões conjunturais ou por pura convicção recusaram os ditames da indústria, optando por perpetuar a sua música através das ditas edições privadas.



Exclusivamente focada na década de 70, “One Mile From Heaven”, aborda o nicho dos “singer-songwriters”. O bom gosto que resulta da selecção é superlativo, sendo irrelevante se raízes emergem das sofisticadas Nova Iorque, Los Angeles, Lauren Canyon ou Vermont, ou das rurais Illinois, Indiana, Utah ou Minnesota.

Alguns dos nomes propostos são já medianamente conhecidos ( Gary Higgins, Bob Trimble, Bob Patterson, Jim Sullivan, Merrell Fankhauser, Michael Yonkers ), a maioria todavia constitui uma estimulante descoberta.



Alicia May com “Summer days”, um título delicioso com a voz da autora a hesitar entre as performances vocais de Joni Mitchell e Margaret Morgan dos These Trails; os irmãos Chuck & Mary Perrin e o seu folk rock melancólico; Dan Modlin & Dave Scott cujo álbum “The train don’t stop here anymore” é um dos melhores discos publicados no Indiana; o folk-rock de Billy Hallquist e de Richard Goldman; os arranjos de cordas no tema “More Beautiful” de Naomi Lewis; as óbvias influências “Veedon Fleece” em “In The Sun” o título do canadiano de origem goesa Carm Mascarenhas; o psych-folk de Olav Rixen & Ulrich Fausten, dois alemães radicados em Vancouver …

One Mile From Heaven” fornece um manancial de pistas que os amantes do género retratado seguramente agradecem. Tão cedo vai ser difícil encontrar uma compilação tão bela e equilibrada quanto esta.

27/01/24

Lost Nuggets ( 181 )


Marc Ellington "Rains/Reins of Changes" ( B&C Records CAS 1033 ), Insert, UK, 1971

- "Oh no it can't be so"
- "On your own"
- "Saving Grace"
- "Song for a friend"
- "Yarrow"
- "I'm leaving (America)" ( Marc & Karen Ellington )
- "Rains/Reins of changes"
- "The life you love"  (Marc Ellington & Mike Deigham )
- "Days used to be much warmer" ( Marc Ellington & Mike Deigham )
- "Aligator man"
- "All the times"
- "Blue Suede Shoes" ( Carl Perkins )

Marc Ellington: canções, voz e guitarras; com: Richard Thompson ( guitarra ), Dave Pegg, Mark Griffiths e Pat Donaldson ( baixo ), Chris Hillman  ( mandolim ), Dave Mattacks, Ray Duffy e Gerry Conway ( bateria ), Mike Deigham ( guitarra acústica ), Sneaky Pete e Gordon Huntley ( steal guitar ), Karen Ellington ( banjo ), Toni Cox ( piano ), Steve Rye ( harmónica ), Mick French e Gerry Field ( violino ), Chris Hillman, Ian Matthews, Sandy Denny, Fritz Fryer, Rick Roberts  e Trevor Lucas ( vozes ).

Arranjos de Marc Ellington.

Produção  de Marc Ellington e Tony Cox.

Capa: design de Keith Davis e Grahame Berney; foto de Keith Morris. 

04/01/24

Large Plants "The Thorn"

Hoje, seja qual for o ângulo de abordagem, não é mais possível ignorar o trabalho de Jack Sharp.

Dito isto, o Atalho apreciava-o muito mais quando Richard Thompson constituía a principal referência.

Foi assim quando liderou os Wolf People e foi assim quando, de forma mais ténue é verdade, assinou o primeiro trabalho a solo, “Good times older”.

A revisão de “La Isla Bonita” da Sôdona Madonna não foi um bom augúrio, fosse qual fosse a perspectiva do ouvinte e o álbum “The carrier”, já sob o non de plume Large Plants, ter-se-à ressentido disso mesmo. Vale o que vale, mas é a opinião do Atalho.


The Thorn” tricota uma larga paleta de ritmos frenéticos e melodias amedrontadas. Aquilo que os cimenta são guitarras encavalitadas numa secção rítmica propulsiva. A anos luz o mais progressivo dos trabalhos do autor.

Face aos parâmetros em vigor nem se trata de um mau disco e as preocupações ecológicas são sempre bem recebidas.  Está contudo mais perto de Wishbone Ash, Uriah Heep e Black Sabbath que de Fairport Convention ou Trembling Bells. O que em si mesmo não tem nada de especialmente negativo. Simplesmente não foi nada disto que o dealbar da carreira do autor nos tinha prometido.

Adiante …

31/12/23

Lost Nuggets ( 180 )

 

Hayden - Cullen Choir & Orchestra "Knot For Sale"  ( Polydor 2908 001 ) Lyric insert, Ireland, 1971

- "This is our house / Sketches of mine"
- "Panther's wood / Youth recaptured"
- "She / I'm going outside"
- "I sent her away"
- "Plenty song"
- "Mister Stokes"
- "We are the Original Clean River People"
- "It's nice to be nice"
- "Girl who had no shadow"
- "Holiday condition"
- "Sunlight of my life"
- "Our house revisited"

Jackie Hayden e Bren Cullen: Canções, Vozes, Guitarras acústicas, piano, congas e percussão.

Publicado por Unlimited Songs

Capa: fotos de Noel Balbirnie; design Unlimited Designs






25/12/23

Lost Nuggets ( 179 )

 


"Fausto "S/t" ( Philips 6330 001 ) Holanda, 1970

- "Madrugada" (Bettencourt da Câmara/Fausto)
- "Vem amiga" (Bettencourt da Câmara/Fausto)
- "Denúncia involuntária da atracção" (António Pinho/Luis Linhares)
- "Chora, amigo chora"
- "Quando um homem quer partir"
- "África"
- "Depois"
- "Homens"
- "Quando eu morrer um dia" (Bettencourt da Câmara/Fausto)
- "Criança mulher - Parte I"
- "Ó pastor que choras" (José Gomes Ferreira/Fausto)
- "Criança mulher - Parte II"

Fausto: voz e canções ( excepto as indicadas ), com: Luis Waddington ( guitarra ), Edmundo Silva ( baixo ) e António Maurício ( bateria ).

Arranjos e direcção de orquestra: Jorge Machado

Produção: João Martins

22/12/23

Record Files ( 30 )

 


Produto de uma época onde todas as inovações eram possíveis e todas as metamorfoses valorizadas “Soundtrack”, o primeiro álbum dos Principal Edwards Magic Theatre ( como o nome deixa antever, um colectivo de cantores, músicos, bailarinos, autores, coreógrafos e designers ) é uma experiência musical única que, suspeita-se, terá sido ainda mais intensa quando conjugadas em palco as vertentes sonora e visual.

Entre o folk acústico, o medieval e o heavy-rock, perfila-se uma intrigante complexidade que o  progressivo um pouco mais tarde viria a modelar.

Aqui e ali, a voz de Vivienne McAuliffe  lembra Celia Humphris, facto que deve ter contribuído para a cantora vir a integrar os Affinity após a partida de Linda Hoyle.

Produzido por John Peel e publicado no Reino Unido em Dezembro de 1969 através da sua Dandelion Records, “Soundtrack” seria também objecto de edição americana. Aí, a capa, pavorosa, presume-se que pretendia replicar um néon, mas pouco ou nada deve ter acrescentado ou contribuído para a divulgação e sucesso do álbum.



17/12/23

Lost Nuggets ( 178 )

Nic Jones "Penguin Eggs" ( Topic 12TS411 ) UK, 1980


- "Canadee-I-O"

- "The Drowned Lovers"

- "The Humpback Whale"

- "The Little Pot Stove"

- "Courting is a pleasure"

- "Barrack Street"

- "Planxty Davis"

- "The Flandyke Shore"

- "Farewell to the gold"

Nic Jones: arranjos tradicionais, voz, guitarra acústica e violino, com Tony Hall ( melodeon ), Bridget Danby ( voz ) e Dave Burland ( voz ).

Produção: Tony Engle

Capa: design Tony Engle, foto Dave Peabody.

13/12/23

Jardins do Paraíso ( 82 )

 


Poderia e deveria ter acontecido de outra forma.

A pungente versão pop barroca de “The French Girl”, um original de Ian Tyson e Sylvia Fricker, pede meças a uma também extraordinária versão do tema responsabilidade de Gene Clark; a revisão em modo psych do clássico de Dylan “Queen Jane Approximately” captada no palco do Whiskey a Go Go em Setembro de 1966; o fuzz original de “Jack of Diamonds”; a variação “Scottish sea shanty” de “The Bonny Ship The Diamond” ou a aproximação angelical a “If I were a Carpenter” de Tim Hardin, permitem concluir sem qualquer ponta de exagero e nenhuma margem de erro que os Daily Flash deveriam ter sido reconhecidos como uma das grandes bandas a operar na Califórnia no decorrer da primeira era do psicadelismo ( 1965 – 1969 ).

Oriundo de Seattle, o quarteto constituído por Don MacAllister, Doug Hastings, Jon Keliehor e Steve Lalor era, um pouco à imagem do que sucedia com os Byrds, maior do que a soma das partes. Simplificando: reunia todas as condições para ser muito mais que uma mera nota de rodapé.

Não obstante, por vicissitudes várias comuns a muitas outras bandas igualmente talentosas, concedamos, foi daquela forma que o tempo os colocou nas prateleiras da história.


Em actividade os Daily Flash partilharam estúdios e palcos com os nomes mais sonantes da época: Byrds, Buffalo Springfield, Quicksilver, Grateful Dead, Jefferson Airplane, Rhinoceros, Moby Grape, Charlatans, Big Brother & The Holding Company, Rising Sons , Sopwith Camel, Beau Brummels… contudo enquanto activos vida publicaram apenas dois singles e quatro temas: “Queen Jane Aproximately”, “Jack of Diamonds”, “French Girl” e “Green Rocky Road”.

Em perspectiva e sabendo o que sabemos hoje, qualquer uma destas quatro gravações merecia a maior das atenções mas a sorte e o reconhecimento não passaram  por ali e a imortalidade só chegaria décadas depois.



The Daily Flash” reúne todas as gravações que foi possível resgatar nos arquivos dos diversos intervenientes. Aos títulos atrás mencionados juntam-se dez gravações de estúdio, entre elas   “When I was a cowboy”, “The girl from North Alberta”, “CC Rider”, “Violets of Dawn” ( Ian Anderson ), “Again and again”, “Grizzly Bear”, “Let me die in my footsteps” ( Dylan ) e “Birdses” ( Dino Valenti ).

O que se escuta em “The Daily Flash” justifica e é motivo para que se proceda à revisão da história. Porém se tal não for considerado suficiente ou pertinente, atente-se assessoriamente no álbum homónimo que os Bodine ( com Steve Lalor e Jon Keliehor a bordo ) publicaram na MGM em Setembro de 1969.

05/12/23

Neil Young "Chrome Dreams"


Idiossincrasias, caprichos ou meros erros de avaliação, normalmente passam factura, com IVA.

Tivesse "Chrome Dreams" sido publicado na época em que foi criado, respeitando o seu alinhamento original, seria sem esforço um dos mais consistentes clássicos do autor.

47 anos volvidos e conhecendo nós, de cor, estas ( magníficas ) canções, o impacto fica próximo do nulo e a sensação é de "déjà vu".


04/12/23

Lost Nuggets ( 177 )


Dick Gaughan "Handful of Earth" ( Topic 12TS419 ) Lyric Insert, UK, 1981

-"Erin-Go-Brach"
- "Now Westlin Winds"
- "Craigie Hill"
- "World Turned Upside Down" (Leon Rosselson )
- "The Snows They Melt The Soonest"
- "Lough Erne/First Kiss At Parting"
- "Scojun Walts / Randers Hopsa"
- "Song for Ireland" (Phil Colclough )
- "Worker's Song"
- "Both Sides The Tweed" ( Dick Gaughan )

Dick Gaughan: voz, guitarra e arranjos dos tradicionais; com Brian McNeill ( baixo e violino ), Phil Cunningham ( flauta e teclas ) e Stewart Isbister ( baixo ).

Gravação de Robin Morton

Capa: design de Tony Russell, fotos de Mick Campbell e Ian McCalman.

24/11/23

"Shake That Thing! The Blues in Britain 1963 - 1973"

 


Como sucedera já no outro lado do Atlântico, no Reino Unido o blues e o country blues foram também, mais que instrumentais, determinantes na criação e formatação de uma significativa parcela da música popular ali prevalecente nas décadas de 60 e70.

Com efeito, muito antes de se tornarem arautos, nalguns casos ícones, do folk, folk rock, rock ou mesmo do apelidado progressivo, nomes como Beverley Martyn, Ian A. Anderson, Wizz Jones, Jethro Tull, John Martyn, Mike Cooper, Davy Graham, Andy Roberts, Jackie McAuley, John Renbourn, Bert Jansch, Ralph McTell ou Incredible String Band, todos passaram e pararam na gigantesca herança do blues norte-americano.

Existem múltiplos e documentados exemplos fonográficos do que atrás ficou dito, mas dúvidas houvesse “Shake That Thing!, The Blues in Britain 1963-1973” encarregar-se-ia de as dissipar.



( Jellybread )

Enquanto compilação não será perfeita e muito menos completa; porventura nenhuma o será. Contudo enquadra, com evidente preocupação cronológica, o que de mais significativo aconteceu no Reino Unido no âmbito e no tempo.

A abrir um dos primeiros singles de Cyril Davies com a sua Rhythm and Blues All-Stars; a fechar o som inconfundível da slide de Rory Gallagher. Pelo meio tropeçamos no single estreia de Rod Stewart com “Good morning little school girl” um original de Sonny Boy Williamson ), continuamos com Davy Graham, as instituições Alexis Korner, Alex Harvey e John Mayall, o nicho oriundo de Bristol com Ian A. Anderson e vários registos históricos com os selos Saydisc, Spark e Village Thing.



( Andy Roberts )

Os Fleetwood Mac fase Peter Green estão naturalmente presentes, tal como outros nomes fundamentais da Blue Horizon ( Chicken Shack, Jellybread ) e parte do espólio da raríssima Music Man com Dave Kelly, Bob Hall, Jo-Ann Kelly ou Bob Brunning.

Os clássicos Pentangle, Jethro Tull, Savoy Brown, Siren, Trader Horne, Taste e Humble Pie. Mas sobretudo e bastante mais estimulante, um conjunto de nomes e registos a que o tempo não fez justiça: Simon & Steve, Al Jones, Fran McGillivray, Tom Robinson, Sam Mitchell, Gerry Lockran, Roger Hubbard e Dave Ellis entre outros.

Shake that Thing!” é exactamente aquilo que uma compilação deve ser. Uma porta de entrada que permita olhar vendo para algo em que não se reparou.

19/11/23

Leituras


"Santa-Bárbara, Capista de Zeca", Abel Soares Rosa, Lusitanian 2023


Revista Visão nº 79


Revista Uncut nº 320

15/11/23

Lost Nuggets ( 176 )

Crooked Oak "The Foot O'Wor Stairs" ( Eron Enterprises ERON 019 ) UK, 1979

  - "Bonny Woodhall" 
 - "The Pipers Chair / The Legacy Jig" 
 - "The Band O'Shearers / Small Coals and Little Money / Felix the Wrestler" 
 - "The Lowlands of Holland" - "A U(Me) Hinny Burd / Mr. Kennedy North" 
 - "Lucy Grey of Allendale" 
 - "The Humors of Tulla / Cois an Ghiorria (The Silver Mines) / Marquis of Tullibardine" 
 - "Will Jobling / I'll never gan tae the Dark Cellar nee mer" 
 - "Sir John Fenwick ( The Flower among them ) / Salmon tails up the water" 
 - "The McGregors" 

Exceptuando "Will Jobling ( Dutfield / Evans ), todos os temas são tradicionais arranjados pelo grupo. 

Steve Evans ( voz e guitarra ), Keith Davidson ( Northumbrian pipes, Irish pipes e whistle ), Alan Green ( voz, whistle, cittern, violino e banjo ) e Stu Luckley ( guitarra e sintetizador ) 

 Produção: Stu Luckley 

 Capa: Notas de Ray Fisher, concepção e design de Rae Curry
 

08/11/23

"Days of Punk" fotos de Michael Grecco


"The spirit of Punk was extraordinary, its music endures. It marked me forever. This collection of work has never before been seen in Portugal. As you look at these images, I hope you also get touched by its infectious freedom." ( Michael Grecco )


Aimee Mann ( Til Tuesday )










Martha Davis ( The Motels )
 


Jello Biafra ( Dead Kennedys )