21/09/23
Lost Nuggets ( 171 )
16/09/23
P. G. Six "Murmurs & Whispers"
Se atendermos aos últimos doze anos, “Murmurs & Whispers”
constitui o primeiro registo de Pat Gubler com o seu projecto P. G. Six desde “Starry
Mind”.
No entretanto, colaborou nos Garcia Peoples, Wet Tuna, Weeping
Bongo Band; já em 2023 integrou o colectivo Stella Kola, responsável por um belíssimo
álbum homónimo.
Aqui, em “Murmurs & Whispers”, Gubler oscila entre a velha
sonoridade folk que há muito chamou a atenção do Atalho ( “Just Begun”, “Barley
Wine” ), suportada nas melodias e na forma como estas são vestidas – cortesia de
instrumentos como a harpa celta e o hurdy gurdy – e ambientes mais etéreos
pouco habituais no autor ainda que não inéditos ( “Meandering”, “Foggy Hill” ).
Sereno e nostálgico como em “Leaves” ( facto a que a co-autoria
de Alan Davidson não é certamente alheia ), algo sombrio também,
como em “Tell me death”, esta escrita a meias entre Gubler e Sharron Kraus.
Tudo ponderado, “Murmurs & Whispers” não sendo do ponto
de vista instrumental tão apelativo quanto “Starry Mind” ou “Slightly Sorry”, personifica
o agradável regresso de um dos artistas mais interessantes da música americana contemporânea.
O tempo encarregar-se-á de confirmar ou modificar esta
asserção.
20/08/23
Artefactos ( 131 )
13/08/23
09/08/23
Leituras
21/07/23
Jardins do Paraíso ( 80 )
A reedição de “Mare La Lande”, o “álbum perdido” de Laurent
Angrand e Patrick Robin, consolida aquela velha suspeita de que existe ainda por
aí belíssima música por descobrir.
Angrand e Robin conheceram-se no início dos 70s através de Jack
Treese, um americano oriundo do Midwest radicado no condado de Périgord e que no
período compreendido entre 1971 e 1974 publicaria em França quatro álbuns de matriz
folk.
Instrumentistas dotados Angrand e Robin juntaram talentos. O
resultado são os dez temas que fazem “Mare La Lande”. Integralmente acústico, o
álbum é uma pequena delícia instrumental. O tricotado das guitarras
transporta-nos para espaços à época percorridos por John Renbourn, Bert Jansch e
Leo Kottke, aguarelas sonoras que aqui e ali nos sugerem atalhos conducentes a Laurel
Canyon.
Consta que Jack Treese terá tocado banjo nas sessões de
gravação levadas a cabo no famoso Studio 20 em Angers; um dado que todavia não é
possível confirmar através das informações disponíveis no álbum.
Publicado em 1974, “Mare La Lande” não chegou a ser objecto
de promoção/divulgação. A separação abrupta do duo após as gravações terá sido
a razão. Acto contínuo e como era então regra, a maioria dos exemplares da
diminuta edição privada acabaram destruídos.
A recente reedição da France Bizarre vem finalmente corrigir
aquela prática, permitindo-nos testemunhar mais um belíssimo capítulo do folk
francês dos 70s.
14/07/23
Lost Nuggets ( 170 )
04/07/23
20/06/23
Jardins do Paraíso ( 79 )
De uma elegância extrema, quer lírica quer instrumental, “Upon
Velveatur” ( 1973 ) é um daqueles discos que muito dificilmente deixaria
descendência; porque irrepetível na forma e no conteúdo.
Não causa portanto estranheza o facto do canadiano Roger
Rodier não ter produzido nenhum outro disco desde então.
Folk-rock para uns, acid-folk para alguns, loner-folk para
outros, “Upon Velveatur” funde todos estes paradigmas sem se ater a nenhum
deles em particular. Pelo meio, criteriosamente, acrescenta pinceladas da então
predominante sonoridade west-coast.
O tricotado das guitarras acústicas é uma delícia, as
intervenções das eléctricas nem tanto. Porém os arranjos e orquestrações ( Yves
Lapierre ) são o cimento que cola os pequenos grandes detalhes os quais, por
sua vez adicionados, conferem às canções uma identidade perene.
A recente reedição em vinil ( Sunbeam, 2023 ) reproduz o
design gráfico original ( booklet e mini poster incluídos ) e acrescenta um CD
onde além da totalidade do álbum nos permite aceder aos quatro lados dos dois
singles francófonos que Roger Rodier gravou em 1969 com o compatriota Germain
Gauthier e que, sem exagero, são também locais de paragem obrigatória para
todos os que se interessam por estes sons ou pela música do Quebec em
particular.
Um disco de uma vida, ou uma vida num disco.
05/06/23
Leituras ( William Burroughs )
30/05/23
David Blue "The Lost 1967 Elektra Recordings & More"
“… He has lots of friends, most of them dead…” (
David Blue, in “The Street” )
E no entanto, apesar de em vida ter publicado sete álbuns, Stuart David Cohen permanece um semi desconhecido. Contemporâneo e “compagnon de route” de Dylan na Greenwich Village dos mid 60s, Blue gravou as suas primeiras três canções para a Elektra, publicadas em 1965 no álbum “Singer Songwriter Project”, uma edição com formato pioneiro e que além daquelas integrava também temas de Richard Farina, Patrick Sky e Bruce Murdoch.
Convidado a prosseguir, no ano seguinte o autor gravaria “David
Blue” um disco icónico e muito interessante. Embora retratasse (
musical e socialmente ) o espírito da Greenwich, não logrou à época obter
grande adesão em matéria de vendas.
No decorrer de 1967, David Blue grava um derradeiro álbum
para a Elektra. Por vicissitudes várias as
fitas nunca veriam a luz do dia. Até agora.
Colocando de lado o lirismo, quase sempre soberbo e
inspirador, do ponto de vista estritamente musical estas canções poderiam ser
primas direitas daquelas outras que Dylan gravava quase simultaneamente em
Woodstock; e sim é de “Basement Tapes” que falamos.
“Vaudeville Blues”, “King of Spain” ou “Dr. Smith’s
Electrical Light Machine”, estilisticamente a anos luz do álbum de estreia,
poderiam ter sido compostas e gravadas na casa “Big Pink” em West Saugerties
com a trupe da The Band.
“You need a change”, “23 Days in September”, “Anna” e “Scales
for a window thief” por seu turno definem o estilo futuro do autor e não foi
certamente por mero acaso que as quatro, embora objecto de versões diversas, integraram
“These 23 Days in September” ( 1968 ) o primeiro álbum para a
Reprise e que é a par de “Stories” ( 1971 ) um dos grandes discos
de David Blue.