Ainda que oriundos de Filadélfia os Asteroid Nº 4 estão estética e espiritualmente ligados à cena musical da “west-coast”, quer presente, quer sobretudo passada.
As tournées conjuntas com os Quarter After reflectem a mesma visão e a quase total sintonia relativamente à análise e formas de reinterpretar o psicadelismo californiano que, no caso do grupo de Los Angeles são maioritariamente orientadas pelo padrão Byrds.
Relativamente aos Asteroid Nº4, atente-se na descrição de Joey Sweeney feita na capa do CD sobre o ambiente que envolvia o local da concepção de “These flowers of ours”: “stacks of books and records made the lab itself impossible to navigate, but nevertheless deeply inhabitable, not unlike an opium den or a space capsule. In one corner, an entire wall full of pedals, tapes and tomes devoted to the archaeology of shoegaze; in another, a tapestry depicting Gram Parsons’ last night in the desert; in still another, a photograph of Lee Hazelwood and Sonny Bono playing golf. On the old console TV set, a decaying VHS tape of Rain Parade in some paisley underground dive. Real work was getting done here at some point, but right now the bass player was rolling one on a Teenage Fanclub album cover.”
Será tudo isto mas não só. A luminosidade preguiçosa do Paisley está lá. Mas com ela coabitam “Rickenbakers” efusivas, a urgência frenética dos Jefferson Airplane, os riffs sinuosos de Spacemen 3 e o colorido vocal das velhas bandas “west-coast”.
("These flowers of ours" segundo Kate 'Masonic Boom' St. Clair )
Constituído por onze temas “These flowers of ours” abre (“My love”) e fecha (“Empty like a little child”) com duas canções de inspiração quase folk. As guitarras acústicas introduzem um órgão hipnótico por cima do qual irão serpentear congéneres eléctricas e deslizar vozes elípticas.
Pelo meio desfilam ecos de Rain Parade ( a versão do tema “I look around” é convicta ), heranças perdidas do psicadelismo sixties (“Let it go”, “War” ), actualizações do mesmo mas com o perfume House of Love (“All fall down”) e My Bloody Valentine (“She’s all I need”), ou improváveis cumplicidades entre Mamas & Papas e Big Star (“Flowers of ours”).
Pelo meio desfilam ecos de Rain Parade ( a versão do tema “I look around” é convicta ), heranças perdidas do psicadelismo sixties (“Let it go”, “War” ), actualizações do mesmo mas com o perfume House of Love (“All fall down”) e My Bloody Valentine (“She’s all I need”), ou improváveis cumplicidades entre Mamas & Papas e Big Star (“Flowers of ours”).
“These flowers of ours” preenche todos os necessários requisitos sensoriais para que o Atalho o recomende sem hesitações. Como tal desfrutem e, se puderem, não deixem de ouvir os originais.