Matthew Robert Cooper é um jovem cidadão que vive em Portland no Oregon e que habitualmente grava e edita sob o nome de Eluvium.
Desde 2003, tem sido responsável por alguma da mais tranquila e excitante música instrumental contemporânea. E, tem-no conseguido, sempre em crescendo estético e qualitativo, como qualquer audição cronológica dos seus discos pode atestar. “Copia”, o mais recente enquanto Eluvium foi um dos meus álbuns de 2006, porventura “O meu disco” de 2006.
“Miniatures”, que assinou como Matthew Robert Cooper, tende a distanciar-se da roupagem neo-clássica que caracteriza a linguagem Eluvium, ao mesmo tempo que mergulha no que se percebe serem as influências mais vincadas de Cooper: o minimalismo e a “ambient music”.
Embora mutante, este processo de abordagem não retirou beleza à música e os nove temas que constituem “Miniatures” transportam-nos para mundos fantásticos onde levitam Wim Mertens, Charlemagne Palestine, Brian Eno, Michael Nyman, Satie, John Cale ou Virginia Astley.
Daí que, entre a audição de “Miniature 1” e “Miniature 9”, fácil e tranquilamente, regressem à memória pedaços de “Another green world”, “Before and after science”, “From gardens where we feel secure”, “Fragments of a rainy season” ou “Paris s’eveille”, num estimulante processo de fusão de ambientes, cores e linguagens musicais.
Por agora apenas disponível numa edição de vinil colorido limitada a 1000 exemplares e envolvido numa belíssima capa que reproduz um dos primeiros daguerreótipos da autoria de pioneiro da fotografia americana Platt D. Babbitt, “Miniatures” é um excelente motivo para escutar o silêncio e olhar, vendo, as paisagens do nosso contentamento.