12/08/08

Earthling Society "Beauty and the Beast"

A Earthling Society habituou-me a extensas peças de electrónica, onde o space-rock e as matrizes dominantes do chamado rock alemão constituíam o foco principal, familiar, da banda.

Ao quarto álbum, Fred Laird, Jon Blacow, David Fyall e Kevy Canavan optaram por mudar o paradigma. “Beauty and the Beast”diverge dos anteriores na medida em que, maioritariamente, desloca o centro do discurso musical do campo da electrónica para os terrenos mais atractivos da melodia.



Apresentado numa magnífica capa tripla, da autoria da americana Stacie Willoughby ( tal como Iker Spozio, outra artista/designer a seguir com atenção ), “Beauty and the Beast” rodopia em torno de um conjunto aleatório de conceitos. Reflecte um maior e significativo ecletismo e, por essa via, tanto pode recordar a luminosidade de uma balada dos Stones (“Candlemass” ), as aguarelas geométricas de Sylvian com Sakamoto (“Untitled” ), a propulsão imprevisível dos Can (“Drowned world”) ou a energia lisérgica dos Happy Mondays (“Sundropped”). Sendo que o retro-prog dos Yes de Rick Wakeman também por ali anda, detrás dos biombos do mellotron ou dos samples (“Valerie a tyden divu”).

Entre dúvidas e certezas, balanço feito, “Beauty and the Beast” não é melhor nem pior que os seus anteriores. É diferente, o que não é necessariamente uma coisa má. Tudo depende agora do que vier a seguir.