Há muito que o homem é credor da
admiração do Atalho. Mas depois de ler isto:
“In Fairport we loved the
response to the Beatles by bands such as the Byrds, the Left Bank and the Lovin’
Spoonful. The great singer-songwriters, like Dylan, Cohen, Ochs and Mitchell,
were our true inspitation, as were the Band, with their blend of roots styles that
were so familiar to us from records. All around the world, people had grown
cynical about American politics, but they loved american music – especially the
blues and country music of the Southern poor and the tougher, electrified
sounds of the urban disillusioned and disenfranchised.”
Ou, sobretudo, depois disto: “Later that year
( 1968 ), Sandy ( Denny ) and I received invitations in the post to Paul
McCartney’s birthday party. It shows how
much of a musical snob I was at the time that I decided not to go – to me, the
Beatles were a ‘pop’ band and not to take seriously.”
Rapidamente o estatuto passou de
admirado a venerado.
Um pouco mais a sério: “I saw
Bert ( Jansch ), Davey ( Graham ) and Martin ( Carthy ) all play around this
time ( 1968 ). There is nothing like seeing someone live and not quite grasping
what they are doing, If you understand it, you might just try to copy it; not
understanding might lead you to experimente and maybe arrive at something diferente
and original. I’m glad i didn’t just slavishly copy any of them, or I might
never have crawled out from under their influence.”
E, com isto, fica tudo ou
praticamente tudo dito, acerca da personalidade e talento deste verdadeiro tesouro
vivo da música britânica.
“Beeswing, Fairport, Folk Rock and finding my voice 1967-75” escrito com a ajuda de Scott Timberg, é um livro essencial não apenas para os convertidos, mas acima de tudo para aqueles outros que conhecem menos bem um dos períodos mais fulcrais e estimulantes da música das ilhas britânicas.
Época renascentista, quase arriscaria
a escrever. Acrescentando sem grande risco de falhar que, depois de “Whyte Bicycles”
de Joe Boyd e do que se espera vir a ser a biografia definitiva de Nick Drake (
a ser preparada por Richard Morton-Jack ), este é um dos mais completos e
coerentes testemunhos da época.
Todas as pedras são reviradas e
nada fica por contar. Como nasceram, cresceram, viveram e “morreram” os
Fairport Convention ( e os Fotheringay já agora ); a forma como foram escritos
e gravados os grandes temas; a personalidade
e carácter dos vários talentos que foram passando pela banda; os inevitáveis
choques de egos; as amizades e cumplicidades que perduraram independentemente dos
caminhos futuros.
Por último a fase da conversão ao sufismo, a ligação familiar e profissional a Linda Peters ( Thompson ), os discos que enquanto Richard & Linda Thompson gravaram entre 1974 e 1979 …
Um testemunho absorvente a que a
plenitude e rigor cronológico dos detalhes não são seguramente alheios.
Nota: Aconselha-se vivamente
manter por perto todos os álbuns. Com cansativa regularidade, torna-se
necessário interromper a leitura para ir escutar ( conferir ) muito do que é referido.