17/11/17

The Greek Theatre "Broken Circle"



Duo constituído por Sven Froberg  e Frederick  Persson, os The Greek Theatre são oriundos de Estocolmo e praticam o mais inspirado neo–psicadelismo a que a Europa continental pode aspirar.

À semelhança do que uma outra dupla, os britânicos Chemistry Set, desenhou na primeira década do século, a planante música dos suecos é um verdadeiro tricot de influências sendo que, à habitual cromaticidade resgatada ao espólio dos Beatles, adicionam a vertigem caleidoscópica do psicadelismo californiano, em particular o que foi imortalizado pelas guitarras de Garcia e Cippolina.

Em “Fat Apple (All about Noon)”, a abrir o recém editado segundo álbum “Broken Circle, Froberg e Persson dizem ao que vêm; um quase épico que percorre os grandes espaços sinfónicos outrora ocupados por Camel e Caravan até atingirem um território onde as guitarras gémeas de Jerry Garcia e Bob Weir esculpiram o psicadelismo.

“Paper Moon” acentua a delicadeza do discurso; as várias guitarras cruzam a melodia em todas as direcções , num minucioso trabalho de ourives que a produção salienta. “Broken circle” é puro “countryside”, enquanto “Stray Dog Blues” parece ter saído daquele casulo de melancolia que os Mercury  Rev teceram em “Deserter’s Songs”.  Por cima de um órgão que já conhecíamos de “Live at Pompeii”, as guitarras ácidas regressam com o tema título e, entre o psicadélico e o progressivo, as vozes gregorianas deixam no ar uma extravagante atmosfera vizinha do gótico.

Um disco extraordinário que conduz à chamada pergunta de um milhão de dólares: será possível reproduzi-lo em palco?