Em 2005 pouca gente terá prestado atenção ao excelente álbum
dos The Eighteenth Day of May, uma banda transnacional que
percorria os caminhos do folk-rock britânico.
Mais de uma década volvida, expurgado das componentes
norte-americana e nórdica, o colectivo reteve os elementos ingleses e passou a
denominar-se Trimdon Grange Explosion ( uma referência
histórica ao acidente ocorrido em 1882 numa mina de Durham e que vitimou 69
trabalhadores ).
Agora liderada pelo guitarrista Ben Phillipson, a banda acaba
de publicar o homónimo “Trimdon Grange Explosion”. A fonte
de inspiração permanece, as raízes estão
ainda mais presentes e a pastoral tradição inglesa, mesclada com a melancolia,
paira sobre as melodias.
Alison Cotton, para além da viola, ganha maior protagonismo
nas vocalizações e o projecto só lucrou com isso. A versão do tradicional “Poor
Wayfaring Stranger” por exemplo, arrasta
consigo uma elegância pouco comum, através da qual facilmente chegará à
eternidade.
Os restantes tradicionais, “The Bonnie Banks of Fordie” e “Glass
and Sand”, ostentam uma tensão quase marcial que lhes é conferida pelo
intrigante diálogo que o violino e a viola, respectivamente, travam com a
secção rítmica. De uma beleza extrema, os dois só por si justificam a audição
do álbum.
No género, tão cedo vai ser difícil encontrar melhor.