02/03/16

Wyrdstone "Potemkin Village Fayre"



Clive Murrell é um cidadão britânico cuja actividade principal consiste num emprego das 9 às 5. Porém, nos tempos livres  Murrell veste-se de multi-instrumentista, ruma ao mundo idiossincrático do “countryside” inglês e sob o “nom de plume” Wyrdstone, revisita mitos  e lendas do seu Sussex natal.

Foi assim em 2009 com “Cuffern”, um belíssimo espaço habitado por uma guitarra psicadélica e é também assim com “Potemkin Village Fayre”.

A estrutura é simples, a música etérea, os esboços instrumentais sublimes. Tanto se pode escutar o canto matinal dos pássaros, o marulhar das águas de um ribeiro, ou a voz de um ancião contando uma história. Lá atrás, a ligar tudo isto estará sempre uma guitarra, acústica, definitivamente psicadélica.

Os mistérios e as tonalidades do mundo rural permanecem o leitmotiv de Wyrdstone, mas quando comparado com “Cuffern”, “Potemkin Village Fayre” surge mais ambicioso. “The horsemen” mescla a guitarra acústica com a eléctrica, após uma inusitada gaita de foles ter feito a abertura. Em “The Ferring Rife” e “Thelema”, em modo drone, as cordas da guitarra deambulam pelos sons e tons do “countryside”. Quanto a “Meditation on lost gardens”, “The ambient sounds of Seaford” ou “Becket window, Canterbury Cathedral” por exemplo, pouco haverá a acrescentar, pois está quase tudo no título da canção.

Um disco tão sereno quanto inspirador.