06/03/16

Old Jerusalem "A rose is a rose is a rose"



Talvez os Old Jerusalem nunca  tenham escutado Saint Joan, particularmente o álbum “The wrecker’s lanterna”.

Todavia,  logo a abrir “A rose is a rose is a rose”, o magnifico “A charm” como que evoca o que de melhor aquela banda transnacional nos legou.

Desde logo através  da incontornável beleza e tranquilidade da composição; mas sobretudo na forma, por via dos arranjos e da utilização das violas, violinos e  violoncelo.  O mote ficou portanto dado.

Em tons de sépia, “A rose is a rose is a rose” continua pelos caminhos solitários de Mark Kozelek ( “Airs of probity” ), visita a melancolia “soft country” de Bill Callahan ( “One for dusty light”, “Dayspring” ) e vai até lá atrás, às melodias lo-fi dos Palace Brothers, num tempo em que Will Oldham ainda não se tinha cruzado com Bonnie Prince Billy.

Termina com um lamento, “Twenties”, simultaneamente uma elegia e um repto à esperança ( “Don’t be so sad/No living thing is good or bad/The cases are many/Of miserable twenties/You’re perfectly able/To grow firm and stable/And free of regret” ).

A rose is a rose is a rose” nasceu do inverno, mas está talhado para fazer o seu caminho por entre os cores claras e os odores intensos da primavera que se anuncia.