05/10/15

Crystal Syphon "Elephant Ball"




O filão parece inesgotável. Numa altura em que o que resta da instituição Grateful Dead acaba de comemorar os 50 anos de carreira, continuam a vir à superfície verdadeiras pérolas do psicadelismo da época de ouro de São Francisco.

Até há pouco, Crystal Syphon era apenas um nome que surgia nos cartazes que anunciavam   eventos musicais nos ballrooms de Frisco entre 1967 e 1969. Em 2012 porém  tudo mudou.

Quatro décadas volvidas, “Family evil” foi a primeira publicação oficial do quinteto de Merced. Textos e música sem tempo, ambos denotando uma criatividade pouco comum. A colectânea era de tal forma superlativa que, pensou-se, a coisa ficava por ali.


A recente edição de “Elephant Ball” encarregou-se de o desmentir. Constituído por três temas gravados no estúdio em 1967 e seis prestações ao vivo no Fillmore West em 1969, este álbum apela directamente aos fãs do som da west-coast.

Mestres nos arranjos ( complexos  ) e nas harmonias vocais ( notáveis, mesmo para os elevados padrões da época ) os Crystal Syphon foram ou poderiam ter sido alter-egos dos Quicksilver Messenger Service, desde logo porque a guitarra de Tom Salles soa quase geminada com o lendário instrumento de John Cipollina. Empática e hipnótica, tivesse esta extraordinária música sido publicada no seu tempo e estaríamos agora a falar de um clássico do rock californiano.