O filão parece inesgotável. Numa altura em que o que resta da instituição Grateful Dead acaba de comemorar os 50 anos de carreira, continuam a vir à superfície verdadeiras pérolas do psicadelismo da época de ouro de São Francisco.
Até há pouco, Crystal Syphon
era apenas um nome que surgia nos cartazes que anunciavam eventos
musicais nos ballrooms de Frisco entre 1967 e 1969. Em 2012 porém tudo mudou.
Quatro décadas volvidas, “Family evil” foi a
primeira publicação oficial do quinteto de Merced. Textos e música sem tempo, ambos
denotando uma criatividade pouco comum. A colectânea era de tal forma superlativa
que, pensou-se, a coisa ficava por ali.
A recente edição de “Elephant Ball” encarregou-se de o
desmentir. Constituído por três temas gravados no estúdio em 1967 e seis
prestações ao vivo no Fillmore West em 1969, este álbum apela directamente aos
fãs do som da west-coast.
Mestres nos arranjos ( complexos ) e nas harmonias vocais ( notáveis, mesmo
para os elevados padrões da época ) os Crystal Syphon foram ou poderiam ter
sido alter-egos dos Quicksilver Messenger Service, desde logo porque a guitarra
de Tom Salles soa quase geminada com o lendário instrumento de John Cipollina. Empática
e hipnótica, tivesse esta extraordinária música sido publicada no seu tempo e
estaríamos agora a falar de um clássico do rock californiano.