05/09/14

Jardins do Paraíso ( XXXVIII )


O passado está coberto de destroços provocados pela sobranceria, incompreensão, imaturidade ou, simplesmente, por um misto de todas elas. E é impressionante a quantidade de grandes discos que por aqueles ou outros motivos, escaparam aos radares do (re)conhecimento.

Bored Civilians é um desses casos.  Excessivamente folk para uns, demasiado rock para outros, o primeiro e único álbum de Keith Cross & Peter Ross ( 1972 ) foi olhado como um produto hibrido e como tal vendeu nada e rapidamente foi esquecido.

Contudo, por trás de uma capa tão icónica quanto sombria, esconde-se um grande álbum, feito de melodias redondas e influências west-coast. É verdade que nem todas as canções possuem a mesma solidez e as hesitações sobre qual o caminho a seguir são óbvias. Cochise, Fotheringay ( enorme a versão de “Peace in the end” de Sandy Denny e Trevor Lucas para o álbum “Fotheringay” ), Caravan e Brinsley Schwarz são influências possíveis, mas o que esta reedição recupera é um conjunto de canções sem tempo a que não demos atenção. No devido tempo.