Publicada 39 anos após o seu desaparecimento, eis que surge finalmente a peça que faltava para melhor compreender o talento de Nick Drake: a poesia e as composições de Mary Lloyd (Molly Drake).
Tal como viria a suceder com o filho, Molly nasceu em Rangoon,
Burma. Fazia parte da aristocracia colonial e foi educada nesse quadro, no
âmbito dos padrões inerentes ao estrato social a que pertencia. Aperfeiçoou o
talento natural para a poesia, música e, mais tarde, já em Inglaterra, gravou
de forma empírica as canções que foi escrevendo ao longo dos anos.
Canções essas que finalmente conhecemos em “Molly
Drake”. A um tempo simples e sofisticadas, ternas e prosaicas, estão
eivadas daquela “englishness” apenas ao alcance dos que podem, não dos que
querem.
Tal como sucederia com Nick Drake, cujo talento se percebe um
pouco melhor depois de escutar a serena beleza do canto de Molly.
E a edição em vinil é um
artefacto lindíssimo.