“Universal Mind Decoder” é o título de um “out take” que os
Byrds trabalharam em 1968 e que acabaram por incluir em “Notorious Byrd Brothers”
como “Change is now” ( o take instrumental original foi publicado pela primeira
vez em 1997, na reedição remasterizada do álbum ) . E, “Universal Mind Decoder,”
foi exactamente o nome que os Abunai escolheram
para designar o seu primeiro disco.
Publicado em 1997, posiciona-se naquele pequeno ponto do universo
cósmico onde os primeiros Floyd, Hawkwind e Amon Duul se cruzam com o folk rock
inglês de inspiração pagã.
Luminosa, a estreia da banda de Boston permanece uma
inspiração, não tendo perdido nenhum do seu encanto com o decorrer dos anos. Pelo
contrário. Soa hoje tão urgente e incontornável como há 16 anos.
Psicadélico até às entranhas, “Universal Mind Decoder”
constitui uma miscelânea de efeitos cósmicos, hipnóticos e adictivos, que raramente
baixam a guarda, salvo quando o colectivo utiliza o corredor espacial para
recordar ( recriar ) os Fotheringay ( “Gypsy
Davy” ) ou Richard Thompson ( “Calvary Cross” ) mas, mesmo aí, sem nunca abandonar
o manto caleidoscópico que as guitarras em modo fuzz obstinadamente tecem.
Peças centrais do álbum e definições perfeitas de tudo o que
atrás se escreveu, “Quiet Storm” e “Dreaming of light”, são fundamentais para
se perceber o que se perdeu ao ignorar um álbum sem tempo, mas claramente
apontado ao futuro.
A reedição, em duplo vinil incluindo dois temas inéditos, faz-lhe
a devida vénia.