11/12/13

Jardins do Paraíso ( XXXV )


 
Universal Mind Decoder” é o título de um “out take” que os Byrds trabalharam em 1968 e que acabaram por incluir em “Notorious Byrd Brothers” como “Change is now” ( o take instrumental original foi publicado pela primeira vez em 1997, na reedição remasterizada do álbum ) . E, “Universal Mind Decoder,” foi exactamente o nome que os Abunai escolheram para designar o seu primeiro disco.
Publicado em 1997,   posiciona-se naquele pequeno ponto do universo cósmico onde os primeiros Floyd, Hawkwind e Amon Duul se cruzam com o folk rock inglês de inspiração pagã.

Luminosa, a estreia da banda de Boston permanece uma inspiração, não tendo perdido nenhum do seu encanto com o decorrer dos anos. Pelo contrário. Soa hoje tão urgente e incontornável como há 16 anos.  

 
Psicadélico até às entranhas, “Universal Mind Decoder” constitui uma miscelânea de efeitos cósmicos, hipnóticos e adictivos, que raramente baixam a guarda, salvo quando o colectivo utiliza o corredor espacial para recordar ( recriar )  os Fotheringay ( “Gypsy Davy” ) ou Richard Thompson ( “Calvary Cross” ) mas, mesmo aí, sem nunca abandonar o manto caleidoscópico que as guitarras em modo fuzz obstinadamente tecem.
Peças centrais do álbum e definições perfeitas de tudo o que atrás se escreveu, “Quiet Storm” e “Dreaming of light”, são fundamentais para se perceber o que se perdeu ao ignorar um álbum sem tempo, mas claramente apontado ao futuro.

A reedição, em duplo vinil incluindo dois temas inéditos, faz-lhe a devida vénia.