24/06/13

Sproatly Smith "Times is n' Times was"


 
A música de inspiração tradicional das ilhas britânicas é um espaço criativo imenso e  inesgotável.  A tal ponto que se torna quase inviável seguir todas as propostas que no circuito alternativo / privado surgem a cada dia.
Os Sproatly Smith por exemplo.  Activos desde meados de 2009, tratam as raízes do folk rural e respectivas lendas com o cuidado dos arquivistas e o rigor dos historiadores. “Times is n’ times was” representa a sequência lógica dos anteriores “The Minstrel’s grave” e “Pixieled”. Inspiração lo-fi, construção de acordo com um conceito radiofónico ( repleto de interlúdios e narrações de pequenas histórias ), encarnando o espírito da ruralidade como poucos o fazem hoje.

Espartano nos meios ( instrumentos e produção ), é no entanto um registo cheio. De melodias inesquecíveis, de vocalizações que hesitam entre o bucolismo do folk tradicional e de sonoridades antigas resgatadas ao psicadelismo inglês dos 60s.
 “Rosebud in June”, “The farmers have gone west” e o clássico “Fine Horseman” emergem  naturalmente, mas ao longo de “Times is n’ times was” ecoam em igual proporção as memórias de Richard & Linda Thompson, Mellow Candle, John Kirkpatrick & Sue Harris ou Pentangle.  Uma verdadeira delicia para os sentidos.