30/06/12

Dead Sea Apes "Lupus"


It’s brilliant!”

Foi assim que Julian Cope se referiu a “Lupus” o primeiro CD dos Dead Sea Apes , após um magnífico conjunto de EPs ( a que o Atalho se referiu na altura própria ) e várias colaborações dispersas por compilações que o tempo se encarregará de tornar seminais.

Nem sempre estou em completa sintonia com Julian Cope; na verdade serão mais as vezes em que estou em desacordo. Desta vez porém não me desvio um milímetro da sua apreciação. “Lupus” é  algo de verdadeiramente especial. Estrategicamente colocado naquela “no man’s land” onde se cruzam o drone,  o kraut, o pós-rock, o experimental e o psicadélico, este CD do trio de Manchester conduz-nos a caminhos arrojados onde a tradição compagina com o experimental e, quase sem se dar por isso, encontramo-nos no centro de uma galáxia habitada por estrelas ( Harmonia, Cluster, Pink Floyd, Emeralds, King Crimson, Spirit ... ) que a memória tratou se fazer perdurar e que “Lupus” revisita com mestria.  

Dos sete temas, três são pequenos interlúdios. Os restantes, oscilando entre os 7 e os 16 minutos, constituem detalhadas peças de artesanato, esculpidas no presente com ferramentas do passado, mas sempre com um olho no futuro.

Um registo desafiante, tão brilhante quanto exigente.