Por vezes surgem obras assim. Originais.
E no entanto, imaginadas e construídas em cima de sonoridades conhecidas.
Atente-se em “Minstrel’s Grave”. Oriundos de Sproatley no Yorkshire, os Sproatly Smith, ao terceiro cd, oferecem-nos um dos registos psych-folk mais peculiares de que me recordo desde a estreia dos Owl Service.
Embrulhado na neblina das paisagens rurais do Yorkshire, “Minstrel’s Grave” plana entre o singelo e a sofisticado. Abre com sons pastoris e o chilrear matinal de um grupo de crianças (“My mother said”) e rapidamente diverge para um psicadelismo que
recua até Kaleidoscope (UK) ou Mercury Rev. “Blackthorn Winter”, um delicioso par de guitarras acústicas e uma vocalização soberba de Sarah, suportados nos celos, violinos e sitar, é uma das peças centrais do cd.
“The Blue Flame”, belíssimo, reincarna “Rosemary Lane”, ponto. A guitarra distorcida em “Death”, um original dos Pretty Things, faz todo o sentido antes de “Elysium” , construção psicadélica que remete para os Floyd de Syd Barrett. Por fim o tema título, uma melodia tradicional, encerra de forma quase celestial um disco que poderá não ser fácil de adquirir mas que merece todo o vosso esforço nesse sentido.
Espreitem aqui http://reverbworship.com/, quem sabe se não estará planeada uma segunda edição.