
Teeth of the Sea ! É difícil imaginar uma banda que nesta altura me dê mais prazer escutar. “Orphaned by the ocean” permanece um favorito aqui no Atalho e “Hypnoticon”, o EP encarregue de abrir espaço ao próximo álbum, vai pelo mesmo caminho.
Se fosse ingénuo estaria nesta altura a perguntar-me como é possível, estando música como esta disponível, alguém conseguir ouvir Vampires, Florences, Grizzlys, Joannas, Pandas e outros peluches da moda. Mas, como há muito deixei de o ser e detecto a léguas a preguiça e a manipulação dos chamados divulgadores, até percebo.

Grupo de aventureiros psiconautas, os Teeth of the Sea mergulham em muitos dos universos por aqui apreciados: o drone, o psicadélico, o space-rock, o jazz, o experimentalismo alemão, até a vertente cinzenta, angulosa e psicótica dos Joy Division (“Hypnoticon Viva” lembra quão irresistível foi e ainda é “Transmission”).
Embora enorme “Hypnoticon Viva” não retira estatura a “The Island is”, a pièce de resistance” deste EP onde o drone, a “kosmische musik” e o pós-rock confluem com invulgar eficácia, criando uma liturgia sonora , por cima da qual paira, hipnótico, um trompete.
Perante música com esta consistência, muito do que por aí se ouve só pode ser considerado acessório.