23/01/09

Jardins do Paraíso XI ( Loop )


Contemporâneos e a tocarem na mesma liga dos Jesus & Mary Chain, Spacemen 3 ou My Bloody Valentine, os Loop foram na Inglaterra dos finais dos anos 80, uma das bandas que melhor interpretou as derivas sónicas que emergem de cada vez que alguém tenta misturar a insanidade dos Stooges, a geometria dos Velvet Underground e a robótica de Suicide, obtendo daí um resultado que de caminho não se afaste do experimentalismo Can ou Faust. Complexo? Um pouco. Mas é exactamente assim que soavam os Loop.

O “Holy riff”, um culto hoje mantido sobretudo por bandas californianas ( Wooden Shjips e Residual Echoes são exemplos meritórios ) voltou a ser objecto de interesse e peregrinação.
As raízes do psicadelismo americano são hoje também uma curiosidade cada vez mais lisérgica. Daí que as colunas dos novos profetas caleidoscópicos tendam a engrossar todos os dias.



Mais de duas décadas volvidas sobre a edição do primeiro EP, a música da banda formada em Croyden / Inglaterra por Robert Hampson, regressa ao futuro por via da reedição dos seminais “Heaven’s end” e “Fade out”.

Fuzz densíssimo, riffs assassinos, wah-wahs demolidores e percussão primitiva, contribuem para que estes discos sejam hoje tão essenciais e inovadores como o foram em 1987 e 1989. Pena que pouca gente tenha então reparado.