Para dar corpo ao quarto álbum, Hammock, um duo de Nashville constituído por Marc Byrd e Andrew Thompson, decidiu publicar a música que compôs para uma exposição de arte visual dos Riceboy Sleeps ( Jonsi Birgisson dos Sigur Ros e Alex Sommers dos Parachute ).
Algo diverso dos anteriores, “Maybe they will sing for us tomorrow” protagoniza a mais minimalista, subtil e melancólica das propostas de Hammock. Relaxante e inspirador, apela em primeiro lugar aos seguidores do período ambiental de Brian Eno ou ao mosaico modernista de Popol Vuh, ao mesmo tempo que concorre directamente com sonoridades mais recentes como as que emergem de Stars of Lid ou Windy & Carl.
Quase uma revelação espiritual, “Maybe they will…” promove o diálogo entre o espaço e a beleza, captando e reproduzindo a essência da paisagem que quer Byrd quer Thompson afirmam ser a sua principal fonte de inspiração: o Sul rural.
“… The scenery of the South can be idyllic and picturesque, but also desolate at the same time. There are stretches everywhere that are nothing but miles of shacks and burned-out barns overrun with kudzu. So we were expressing the melancholy of the South as well…” .
“Maybe they will sing…” percorre onze temas poderosos e emotivos. Vastos e invariavelmente belos, para serem escutados muito mais do que simplesmente ouvidos. De preferência num espaço onde só caiba o silêncio.
Pouco mais haverá a dizer. Excepto que, depois, talvez vos apeteça voltar a “Hosianna Mantra” ( Popol Vuh ) ou a “Apollo” ( Brian Eno ). Notável.