My Education é um colectivo oriundo de Austin Texas e privilegia a música instrumental, uma opção que por vezes gosta de partilhar com bandas aparentadas como Pelican, Maserati ou Kinski.
Ao quarto álbum, com “Bad Vibrations”, My Education posiciona-se mais próximo da maturidade. O dialecto pós-rock funde-se agora com estruturas e paisagens psicadélicas e, nesse sentido, a banda diverge do monolitismo que caracteriza outros grupos texanos de que o exemplo contemporâneo mais proeminente serão os Explosions in the Sky.
“Bad Vibrations” é um registo sereno. Apela à confidência e mergulha em ambientes contemplativos. Em simultâneo, replica a beleza quase folk de projectos transnacionais como Saint Joan ou Tanakh ( a viola de James Alexander , na ausência das vocalizações, constitui o grande elo de ligação ) juntando-lhe a convulsão épica inventada pelos nipónicos MONO. O exemplo mais feliz será o tema “Arch”: principia melancólico e intimista, como se John Cale e a sua secular viola estivessem presentes; perto do final evolui para a pirotecnia em direcção ao clímax. Previsível mas belíssimo.
Aqui e ali, como no tema título, as guitarras slide recuperam as sonoridades psicadélicas que Jesus Acedo e os Black Sun Ensemble praticam há anos, inspirados pelas paisagens do deserto do Arizona que penduraram na memória ou nas paredes do estúdio.
Dito isto, seja qual for o prisma por que se olhe para esta música ( Tortoise, Dirty Three, Six Organs of Admittance, ou qualquer um dos outros nomes já referidos ), não há nada de “mau” nestas “vibrações”. Muito antes pelo contrário.