Publicado na Austrália em 1972 via Warner Brothers, “Maranatha” foi o primeiro álbum de Megan Sue Hicks, uma norte-americana expatriada.
Vivia-se o período dourado dos singer songwriters e “Maranatha”, fruto da sua sensibilidade algo clandestina, bem como do reduzido número de cópias em circulação ( apenas duzentas ), cedo ganhou o estatuto de disco de culto.
Agora, finalmente reeditado de forma oficial, é possível ao comum dos mortais dissecar as canções de Megan Sue Hicks sem que para isso seja necessário vender um rim para adquirir uma cópia original.
Vivia-se o período de maior exuberância dos singer singwriters dizia, e “Maranatha” é daquela corrente um fiel apaniguado. Mas não apenas.
Se atendermos a canções como “One last alley” ou “Cle’s Song” é praticamente impossível não acabarmos no pátio de “Full House” ou “Angel delight” ou seja, Fairport Convention pós Sandy Denny.
“Peter’s Song ( And He’ll Probably Never Hear It )” possui aquele sentimento bucólico, apanágio da contemporânea Vashti Bunyan e que, anos mais tarde, inspiraria a também britânica Virginia Astley.
Aqui e ali, mais nos textos que nas melodias, assomam algumas semelhanças com essa outra “flor do mal” que foi Judee Sill.
Acompanhada pelos The Flying Circus, uma banda constituída por músicos australianos e neo-zelandeses, Megan Sue Hicks teve aqui o seu primeiro e porventura único momento de glória.
Fosse a sua interpretação vocal um pouco mais consistente, a generalidade do Lado B tão atraente quanto o Lado A, misturas e produção um nadinha mais profissionais e estaríamos a falar de uma perene obra prima.
Todo o modo, “Maranatha” está acima de muitos dos álbuns em cuja corrente se insere. E depois, há “Hey, Can You Come Out And Play” …

