Oito anos após um primeiro álbum homónimo e vinte após o fabuloso
trabalho da banda progenitora – The Eighteenth Day Of May – os Trimdon Grange
Explosion regressam com “Dreams Buried Under The Sea”.
Trata-se de uma espécie de espelho sonoro que nos conduz a imagens
de um pretérito quase perfeito onde o eixo The Byrds / Big Star / R.E.M. removia
os destroços do pós-punk e do synth-pop.
Porque “Dreams Buried Under The Sea” é mesmo isso, uma montra
sonora que tendo algo de nostálgico, não se esgota naquela matriz.
Atente-se em “World turning round”, a abrir. No evoluir do
tema é difícil não rever mentalmente “Murmur”, imediatamente antes da canção
explodir num mar de guitarras fuzz.
O jingle-jangle de “September Falls” evoca The Byrds enquanto
“Swim on your back in the water” traz à memória os Wolf People de Jack Sharp e P.G.
Six de Pat Gubler, outros dois expatriados do eixo acima citado.
A fechar “As the world rises to fall”, competente e
obviamente cúmplice do Neil Young de “Harvest”.
“Dreams Buried Under The Sea” está para além deste tempo. Ostenta
um charme muito próprio e, talvez por isso, não é expectável que venha a frequentar
as famigeradas listas dos melhores do ano.
Nada que surpreenda e muito menos incomode o Atalho. Como já
alguém afirmou: "a história está pejada de exemplos de maiorias que não tiveram
razão".


