Com dois álbuns publicados (“Bound to rise” e “Steady Away”) e um terceiro ( “New Light”) a caminho, Chris Brain, um nativo do Yorkshire, tem vindo a perfilar-se como um dos herdeiros da tradição folk britânica, particularmente no que concerne ao especialíssimo legado de Bert Jansch e Nick Drake.
Ao escutar “Bound to rise” ( 2022 ), os puristas serão tentados a afirmar que Chris Brain, apesar de um talento evidente, mimetiza abundantemente o padrão e a partes significativas da obra de Nick Drake. Será porventura um exagero, mas em “Bound to rise” a maioria das pistas é para ali que apontam, muito mais do que para Jansch.
Devidamente colocados os pontos nos is, o primeiro álbum de Chris Brain revela-se um delicioso exercício de “folk pastoral” que ora nos convoca para as paisagens rurais que o autor privilegia, ora nos remete para as nossas memórias mais preciosas, sejam elas Drake ( mais ), Jansch ( menos ) ou Saint Joan ( sim procurem o fenomenal “The Wrecker’s Lantern” ).
Lavrada a acta, ficamos a aguardar os novos atalhos a que o prometido “New Light” nos conduzirá.