12/02/23

Meg Baird "Furling"


Por aqui olha-se para “Don’t Weigh Down The Light” como o “Blue” deste milénio.  Meg Baird é, de há muito, habitué no Atalho. Desde os Espers com Greg Weeks, a solo, ou mais recentemente por via das suas colaborações, designadamente com os Heron Oblivion de Ethan Miller.

Dito isto, tudo o que não precisávamos era de mais um disco meio anémico, esquecível e soporífero. Disso já há muito por aí, Weyes Blood, Josephine Foster, Joanna Newsom

As razões poderão ser várias: o isolamento provocado pela pandemia ( o disco foi gravado em 2020 ), o excessivo protagonismo e influência do multi-instrumentista Charlie Saufley, o aparente abandono da matriz folk, campo onde a voz de Meg se movimenta na perfeição …, a verdade é que as composições de  Furling” desiludem da primeira à enésima audição.

O instrumental “Ashes, Ashes” apesar de constituir um corpo estranho no universo de Meg Baird deixa no ar alguma expectativa, porém o que se segue não está à altura. Mais à frente “Cross Bay” promete mas queda-se por aí.

No lado B mora “Unnamed Drives” o único tema que guardaríamos para um hipotético “Best of”. Tudo o resto transmite o gosto amargo de desilusão. A tudo isto acresce uma estranha gafe: a capa indica um tema chamado “Will You Follow me Home?”, todavia no disco surge outro: “The Apple Mush Gang”.

Balanço feito, o mais avisado será voltar rapidamente a “Dear Companion” ou “Don’t Weigh Down” e esquecer este, espera-se, pequeno equívoco.