27/03/21

Record Files ( 24 )




Paddy is dead and the kids know it” era já um artefacto anacrónico quando foi publicado pela Golden Guinea ( uma subsidiária da PYE ) em Dezembro de 1969.

Mais de meio século volvido, àquela característica deverá acrescentar-se uma tremenda raridade, para além de valores de mercado verdadeiramente obscenos, inerentes à escassez da oferta é certo, mas desajustados se se considerar apenas a vertente artística da compilação.

À data, Pat Egan, um jornalista musical irlandês, pretendeu dar a conhecer um conjunto de bandas emergentes nas duas Irlandas. Para a história terá ficado a intenção, o voluntarismo do promotor e o défice de talento patenteado pela maioria dos grupos chamados a colaborar.

Coabitam em “Paddy is dead …” versões mais ou menos anémicas dos Beatles, Phil Spector / Ike & Tina Turner, Gershwin, Carl Perkins, Status Quo, Grapefruit ou Blood Sweat & Tears, todas candidatas ao esquecimento uma vez terminada a respectiva audição.


( Taxi )

A pérola, curiosamente um original, é responsabilidade dos Taxi, um quinteto originário de Ballymena na Irlanda do Norte. O seu “Counting Time My Way” poderia perfeitamente ter integrado “This was”, “Stand Up” ou “Benefit” dos Tull e, muito provavelmente, ninguém o acharia desajustado.

Captada num cemitério, a foto da capa da compilação, juntando uma cruz de inspiração celta e um sorridente projecto de skinhead, também não deve ter ajudado em nada o departamento de vendas.


( Record Collector Magazine # 378, Agosto 2010 )