08/03/21

Artefactos ( 109 )

 


Nascida da colaboração entre o editor Phil McMullen ( Bucketfull of Brains, Freakbeat, First Hearing, Unhiunged, The BOB … ) e Nick Saloman ( mentor dos Bevis Frond e inventor da editora Woronzow ) a fanzine Ptolemaic Terrascope  permaneceu activa entre Maio de 1989 e Novembro de 2004 tendo publicado 35 números. ( * )

A linha editorial pautou-se por um bom gosto irrepreensível, o único critério não  negociável. Terá sido a publicação que o Atalho mais gostou de ler até hoje porque. Para além do critério atrás referido, nos filtros subsequentes, procurava dar visibilidade a músicos, projectos ou géneros musicais que os biombos do mainstream sempre esconderam do grande público.


( EP incluído no # 1 )

Descobri aqui o melhor música e as mais incógnitas histórias de criadores fantásticos, grande parte deles deserdados da fama. Relatos dos 60s, 70s, 80s e 90s. Não importava se se falava do psicadélico, do folk, do folk-rock, do pub ou do pos rock …, a qualidade da música e o seu enquadramento sociológico determinavam a linha editorial.

Os músicos naturalmente aderiram, quer através da participação gratuita nos concertos que a revista organizou ao longo dos anos, quer cedendo gravações inéditas ou demos.

Do número 1 ao 24, cada edição da revista incluía um EP de vinil com quatro temas. Do número 25 até ao final, a edição era acompanhada por um CD. No total, Ptolemaic Terrascope publicou 265 títulos, muitos deles autênticas pérolas difíceis ou mesmo impossíveis de encontrar em edições regulares.


Do ponto de vista do design tratou-se também de um projecto inovador que procurou mesclar a tradição gráfica inglesa com a escola psicadélica californiana dos 60s. Neste âmbito R. M. Bancroft primeiro e o italiano Iker Spozio mais tarde, foram dois colaboradores destacados.

Por tudo isto Ptolemaic Terrascope foi um projecto único e irrepetível, ainda que Phil McMullen não tenha deixado morrer a centelha e o conceito Terrascope ainda ande por aí para deleite dos indefectíveis e benefício dos artistas.


( alinhamento do CD incluído no # 35 )

(*) para o presente texto não foi considerado o #36 publicado em 2007 e já sob a direcção de Pat Thomas ( criador da Heyday Records, jornalista, investigador, músico e membro proeminente do movimento Paisley Underground ).