22/02/21

Jardins do Paraíso ( LXIV )

 


Acoustic Music that derives from Folk and Blues with a touch of Psychedelia” ( Amber )

Mac MacLeod, o “Hurdy Gurdy Man” como Donovan Leitch o apelidou e cantou em 1968, alimentou a cena folk de St. Albans ( Hertfordshire, UK ) no decorrer da primeira metade dos 60s, acompanhando  para além de Donovan,  os também emergentes Maddy Prior, Mick Softley, John Renbourn  e Julian McAllister, entre outros.

O inesperado sucesso escandinavo do single “Remember the Alamo” levou-o até Copenhaga em finais de 66. Ali, entre outras actividades, colaborou com os The Other Side de Jack Downing  ( um talentoso  expatriado dos Estados Unidos ) e, ainda na génese, integrou a banda local Hurdy Gurdy.

No final da década MacLeod regressaria ou Reino Unido. E Donovan, de novo, voltou a ser instrumental no seu percurso, integrando-o na sua banda de apoio, ainda que temporariamente.

No entretanto, reencontra Julian McAllister, compulsivamente regressado de terras marroquinas e turcas onde, particularmente nas últimas, a passagem e sobretudo a estadia não terão sido pelos locais mais agradáveis.

Formam um duo folk acústico a que dão o nome de Amber. Ensaiam entre filmes no Electric Cinema em Portobello Road. Actuam no Roundhouse.


No inicio de 1971 mergulham nos Olympic Studios e com a produção de Keith Relf ( Yardbirds / Renaissance ) gravam um conjunto de demos que nenhuma editora valorizaria. A excepção, que sempre as há,  seria o eterno Joe Boyd. O projecto acabaria por abortar  e a banda teve o seu epílogo na primavera.

O que se pode escutar em “Pearls of Amber” são exactamente os títulos que Relf produziu, mais três composições que o duo gravou com a participação de Ray Cooper nas tablas.

1971 foi provavelmente já demasiado tarde para um álbum de folk acústico adornado por cítaras e tablas ( os próprios Tyrannosaurus Rex já se haviam metamorfoseado em T. Rex e integrado o gangue do glam rock ). Porém, depois de se escutarem estas canções e acima de tudo estes arranjos, fica a sensação / convicção que algo de muito bom se perdeu no inicio daquele ano de 1971.

Nota: a (re)edição da Shagrat optou pelo formato de 10 polegadas; a qualidade aúdio é cuidada e o trabalho gráfico vai para além do excelente.