O Atalho gostaria de poder afirmar ser “Colorado” um grande disco, mas em bom rigor
estaria a contornar a verdade. Trata-se porém de um bom disco, a espaços.
Colocando de lado as já conhecidas preocupações ambientais (
legítimas e sempre oportunas ), musicalmente
“Colorado” soa a antigo, o que não é necessariamente mau nem sinónimo de
velho.
Bastante próximo de “Tonight’s The Night”, muito por culpa de
Nils Lofgren ( que sempre me pareceu mais à vontade ao lado de Young e menos
quando está com Springsteen ), ainda que a imortal secção rítmica Crazy Horse
tenha a sua – grande – quota de responsabilidade na matéria. Patine do tempo
dir-se-ia.
Concretizando: tendo presente os amplos padrões do
hiperactivo Young, “Colorado” sendo, repito, um bom disco é acima de tudo um
álbum desigual. Inclui pequenas pérolas das quais só Neil parece possuir o
segredo ( “Things of me”, “Olden days”, “Green is Blue”, “Eternity” ); acolhe
temas que galopam como “crazy horses” ( “Help me love my mind”, “Shut it down”
), mas em simultâneo evidencia pecados recorrentes no canadiano; peças
monocromáticas e / ou exercícios de auto-indulgência como se nos afigura a
segunda parte do longo “She Showed me Love”, o qual, por via dos seus mais de
14 minutos e da exasperante repetição do coro, encaminham o ouvinte para
terrenos próximos da exaustão.
Nada de novo no velho Neil, basta recordar o penoso “Don’t be
denied” em “Time Fades Away” que não deixa por isso de ser um excelente disco.
Tudo somado, “Colorado” é um Neil Young vintage, merece ser escutado e dissecado. Terá obviamente lugar assegurado na discografia selectiva do autor, seja por algumas das preciosidades que encerra, seja pelo magnífico trabalho de Nils Lofgren, seja ainda pelo humanismo e militância ambiental, nunca redundantes e dos quais estamos todos mais do que nunca carenciados.
Tudo somado, “Colorado” é um Neil Young vintage, merece ser escutado e dissecado. Terá obviamente lugar assegurado na discografia selectiva do autor, seja por algumas das preciosidades que encerra, seja pelo magnífico trabalho de Nils Lofgren, seja ainda pelo humanismo e militância ambiental, nunca redundantes e dos quais estamos todos mais do que nunca carenciados.