Há realidades que nunca mudam.
Matthew Robert Cooper, a solo ou sob o ‘nom de plume’ Eluvium faz, e muito provavelmente
fará, música que permanecerá muito para além da espuma dos dias.
Sublinhando a ‘bold’ a transparência do tempo, os discos que vai
criando são elegias à intemporalidade. E, no caso em apreço, pouco importa se
opta pelo classicismo travestido de melancolia ou, se ao contrário, busca na
linguagem neo-clássica formas de expressão mais próximas de contemporaneidade.
Quando se escutam os primeiros acordes de “Recital” – logo a
abrir o novo “Pianoworks” – tudo pára, automaticamente. Como se, em redor, a vida
deixasse de importar e o mundo se quedasse refém daquele momento de singular
beleza; um pouco à semelhança da forma como a câmara de Terrence Malick faz
parar a marcha do tempo ao decidir “pousar” sobre um detalhe que sempre lá esteve, mas que só o realizador
logrou ver.
“Pianoworks” é na essência o repositório de treze espaços silenciosos,
mágicos na sua maioria, hipnóticos todos. Um disco de uma beleza invulgar e que
antecipa aqueles fins de tarde outonais que convocam a tranquilidade e
a introspecção.
Nota: a edição deluxe inclui um segundo CD onde Matthew Cooper reinventa no piano solo, 13 temas já publicados em álbuns anteriores.
Nota: a edição deluxe inclui um segundo CD onde Matthew Cooper reinventa no piano solo, 13 temas já publicados em álbuns anteriores.