26/08/19

Eluvium "Pianoworks"



Há realidades que nunca mudam.

Matthew Robert Cooper, a solo ou sob o ‘nom de plume’ Eluvium faz, e muito provavelmente fará, música que permanecerá muito para além da espuma dos dias.

Sublinhando a ‘bold’ a transparência do tempo, os discos que vai criando são elegias à intemporalidade. E, no caso em apreço, pouco importa se opta pelo classicismo travestido de melancolia ou, se ao contrário, busca na linguagem neo-clássica formas de expressão mais próximas de contemporaneidade.

Quando se escutam os primeiros acordes de “Recital” – logo a abrir o novo “Pianoworks” – tudo pára, automaticamente. Como se, em redor, a vida deixasse de importar e o mundo se quedasse refém daquele momento de singular beleza; um pouco à semelhança da forma como a câmara de Terrence Malick faz parar a marcha do tempo ao decidir “pousar” sobre um detalhe  que sempre lá esteve, mas que só o realizador logrou ver.

Pianoworks” é na essência o repositório de treze espaços silenciosos, mágicos na sua maioria, hipnóticos todos. Um disco de uma beleza invulgar e que antecipa aqueles fins de tarde outonais que convocam a tranquilidade e a introspecção.

Nota: a edição deluxe inclui um segundo CD onde Matthew Cooper reinventa no piano solo, 13 temas já publicados  em álbuns anteriores.