04/04/19

"Strangers In The Room, A Journey Through The British Folk - Rock Scene 1967 - 73"



Se o Atalho alinhasse - que não alinha - pelo diapasão daqueles que em Janeiro já estão a eleger o melhor disco do ano; diria – embora não o faça – relativamente a “Strangers in the Room” estarmos perante a melhor compilação do ano.


Concentrando-se no período dourado da música popular britânica do século XX, vertente folk-rock, “Strangers In The Room, A Journey Through The British Folk-Rock Scene 1967 – 73” propõe-nos 60 temas de outros tantos nomes, alguns verdadeiramente obscuros, que à época animaram aquela cena.
( Chimera )

Steeleye Span, Trader Horne, Trees, Spirogyra, Pentangle, Prelude, Bridget St. John, Joan Armatrading, C.O.B.,  Shirley Collins, Fairport Convention ( a versão de “Sir Patrick Spens” ainda vocalizada por Sandy Denny não é muito comum, apesar de ter sido já publicada como bonus track na reedição de “Liege and Lief” ) ou Bill Fay ( a demo aqui presente de “Be not so fearful” é pouco menos que sublime ) são nomes reconhecidos e mais ou menos consensuais.

Os Jade de Marian Segal, Alan James Eastwood, Knocker Jungle, Robin Scott, Gary Farr, The Woods Band, Al Jones, , Mike Cooper ou Steve Tilston por exemplo, já não o serão tanto. Os temas recuperados em “Strangers In The Room” poderão funcionar como ponto de partida para a descoberta de obras maiores a que o tempo, generoso,  acrescentou uma significativa camada de patine.
( Lifeblud )

Mas a substância, a verdadeira substância desta compilação, encontramo-la em temas gravados mas não publicados ao tempo. De entre estes o Atalho sublinharia “Sad Song For Winter” ( Chimera ), “Woodstock” ( Matthews Southern Comfort ) numa mistura onde pela primeira vez se podem escutar as guitarras acústicas, “The Man Who Called Himself Jesus” ( Strawbs ) outra mistura inédita, “Pucka-Ri” ( Urban Clearway ), “Riverboat” ( Dando Shaft ), “What I Am” ( Fresh Maggots ), “River of Fortune” ( Heron ), “Beverley market meeting” ( Jude ) ou “Waxing Of The Moon” ( Lifeblud ).

A tudo isto junta-se um booklet elaborado com o rigor cronológico-biográfico a que David Wells já nos habituou, polvilhado aqui e ali por pequenas histórias de ir às lágrimas.