20/02/19

Artefactos ( 88 )



É comum entre aqueles que se interessam pela música popular, existir um ano / período preferido.  Por mais que se recorra à dialéctica, trata-se no fundo e apenas de uma questão de âmbito geracional,  onde a identificação cultural e social se sobrepõe a uma eventual atitude nostálgica, prateleira onde de uma forma simplista muitos tendem a arrumar a matéria.

Aqui pelo quartel general do Atalho o ano de eleição é 1971. Podia ser 1967, 68, 70 ou 80. Mas não, 1971 é o ano.

Desde logo porque os Beatles já não existiam enquanto grupo. Depois porque foi o ano de “Sticky Fingers” ( Stones ), “Meddle” (Floyd ), “Blue” ( Mitchell), “Pawn Hearts” ( Van der Graaf Generator ), “No Roses” ( Shirley Collins ) ou “Help Yourself” entre muitos outros como adiante se verá.

Quando em meados de Fevereiro de 1972 dei de caras com a publicação bimensal “A Memória do Elefante”, na qual se fazia o balanço do ano anterior, a identificação foi quase total. À data, com o que se sabia e o que se podia escutar, fazia sentido. Hoje é  evidente que aquele balanço está longe de ser perfeito. Tanto no que respeita a algumas das entradas como nas muitas omissões.

Ainda assim a lista de álbuns inclui cerca de uma dezena dos meus discos para a ilha deserta, com “If I Could Only Remember My Name” à cabeça. A esses juntaria os acima mencionados e uns quantos mais que hoje reputo de fundamentais para perceber o fenómeno da música de então.


Procurem os discos publicados em 71 por Paul Jones, Tom Rapp, Andy Roberts, Sly Stone, Steeleye Span, David Blue, Caravan, John Cale, Sandy Denny, Fairport Convention, Flamin’ Groovies, Anne Briggs, Mighty Baby, Genesis, Bill Fay, Peter Hammill, Gene Clark, Tripsichord, ou Flower Travellin’ Band e estão quase lá.