08/10/18

Jardins do Paraíso ( LVIII )



I fell in love with the guitar in 1955 when I first  heard Big Bill Broonzy … Made my  first guitar  in 1968  and it  earned my living room from 71 until 78  ( Dave Evans )

Natural de Devon, Evans mudou-se para Bristol no final de 1970 correspondendo a um convite de Steve Tilston para que participasse no seu álbum “An acoustic confusion”. O impacto provocado pela sua colaboração impressionou Ian Anderson, o mentor da Village Thing Records e, quatro meses volvidos, em Julho de 71, Evans estava a gravar o seu próprio álbum.

Num período em que John Martyn, Ian Steward, Ralph McTell e Roy Harper ( sobretudo este ) se encontravam no auge da respectiva popularidade, um disco de “finger picking”, matizado pela melancolia e discrição tinha poucas hipóteses de vingar. Se a isto acrescentarmos o facto de ter sido gravado e publicado por uma editora de autor, é fácil explicar a ausência de visibilidade e, consequentemente, de sucesso.

The Words in Between” é todavia um disco excepcional. Minimalista – apenas Dave Evans ( voz, guitarra e harmónica ) com Adrianne Webber ( harmonias vocais ), Pete Airey e Keith Warmington –, é um daqueles registos que poderia perfeitamente habitar as memórias de Greenwich Village, não fora a comunhão estilística que partilha com John Fahey e Robbie Basho.

Evans viria ainda a gravar mais três álbuns. Porém nenhum deles logrou aproximar-se do grau de absorção hipnótica que “The Words in Between” provoca naqueles que o escutam; sobretudo agora, 47 anos volvidos depois da sua publicação e sabendo-se o que se sabe hoje.

A reedição está disponível em formato cd e vinil; este último acrescenta novas fotos e um folheto onde toda a história se encontra plasmada.