“I fell in love with the guitar in 1955 when
I first heard Big Bill Broonzy … Made
my first guitar in 1968
and it earned my living room from
71 until 78” ( Dave Evans )
Natural de Devon, Evans mudou-se para Bristol no final de
1970 correspondendo a um convite de Steve
Tilston para que participasse no seu álbum “An acoustic confusion”. O
impacto provocado pela sua colaboração impressionou Ian Anderson, o mentor da Village Thing Records e, quatro meses
volvidos, em Julho de 71, Evans estava a gravar o seu próprio álbum.
Num período em que John
Martyn, Ian Steward, Ralph McTell e Roy Harper ( sobretudo este ) se encontravam no auge da respectiva
popularidade, um disco de “finger picking”, matizado pela melancolia e
discrição tinha poucas hipóteses de vingar. Se a isto acrescentarmos o facto de
ter sido gravado e publicado por uma editora de autor, é fácil explicar a
ausência de visibilidade e, consequentemente, de sucesso.
“The Words in Between” é todavia um disco excepcional.
Minimalista – apenas Dave Evans ( voz, guitarra e harmónica ) com Adrianne
Webber ( harmonias vocais ), Pete Airey e Keith Warmington –, é um daqueles
registos que poderia perfeitamente habitar as memórias de Greenwich Village,
não fora a comunhão estilística que partilha com John Fahey e Robbie Basho.
Evans viria ainda a gravar mais três álbuns. Porém nenhum deles
logrou aproximar-se do grau de absorção hipnótica que “The Words in Between” provoca
naqueles que o escutam; sobretudo agora, 47 anos volvidos depois da sua
publicação e sabendo-se o que se sabe hoje.
A reedição está disponível em formato cd e vinil; este último
acrescenta novas fotos e um folheto onde toda a história se encontra plasmada.