Por vezes sucede.
Inesperadamente e sem que nada o faça esperar aterra na caixa
do correio um grande disco. Na circunstância “Telegraph Hill”.
Jack Ellister navega nas águas do neo-psicadelismo
vertente pop e é comummente associado ao padrão Fruits de Mer, editora para a
qual gravou um significativo conjunto de discos.
De “essencial” a “bizarra”, passando por “weird” ou “poetically
psychedelic” a sua música tem sido comentada amiúde sem que no entanto Ellister
tenha conseguido o reconhecimento de que é já credor. “Telegraph Hill”, com o
selo da You Are The Cosmos Records, será porventura a sua tentativa mais
consistente para atingir aquele desiderato.
Maioritariamente acústico ( Ellister é responsável por todos
os instrumentos exceptuando a bateria ) “Telegraph Hill” foi projectado para
o formato EP. Acabou no entanto por se transformar num álbum, cujo foco
principal reside na voz e numa guitarra
acústica ( brilhante nesse particular ).
Porém quando as canções se “enchem” de guitarras eléctricas,
flautas, sintetizadores e baterias ( conferir “Fill Another Glass” ou “Condor”
), torna-se quase inevitável regressar, ora às paisagens pastorais dos Floyd ( seguramente uma das maiores
influências de Ellister ) período 69-72, ora ao pop cromático que James Mastro
e Richard Barone inventaram para os Bongos.
Face ao que atrás fica escrito, não será difícil concluir ser
“Telegraph
Hill” um dos Jack Ellister
preferidos aqui no Atalho.