“I worked on this album exclusively with my
great buddy and engineer Anthony Cornish. Anthony and I have played together on
and off for twenty years. We recorded ‘Se(VII)en’
on 2 tape in his studio over about 6
months and it is my favourite Trappist album yet. Working with Anthony is just
so easy and enjoyable and he is a fantastic musician. Anthony played harmonium,
violin and mellotron and he is a now full-time member of the live band.” ( Adam Geoffrey Cole )
Desde 2011, mais coisa menos coisa, que a partir de Melbourne
( Australia ), Adam Cole começou a enviar as suas mensagens ao mundo. Sob a
forma de canções, bem entendido. No inicio tratavam-se “apenas” de CDRs
artesanais; depois, com o decorrer do tempo e da procura, o formato passou a
vinil, limitado.
“Se(VII)en” é, se a memória não me falha, o sétimo capítulo desta
extraordinária saga. E dele se poderá dizer sem grande margem de risco, que se
trata do melhor de todos eles.
Na verdade, é virtualmente impossível escutar a musica de Trappist Afterland sem estabelecer um
quase instantâneo paralelo com o legado dos persistentemente ignorados Timothy
Renner ( Stone Breath ) ou Prydwyn
( a conferir em “Song for Sundog”, “The Blood in the Wood” ou “Trace your
Root”).
Nos últimos vinte anos, quer estes, quer agora Adam Cole,
captaram como poucos a essência emocional e espiritual do folk e do folk-rock
dos finais dos 60s, princípio dos 70s. Na altura catalogavam aquela vertente
musical de iconoclasta, experimental, esotérica, pagã … hoje chamam-lhe “weird
folk”. Espuma dos tempos, apenas e só.
Atente-se ainda na melodia estratosférica e intensidade
dramática que a intervenção do violino confere a “Burning Bushes” e facilmente
se poderá concluir estarmos perante um
caso raríssimo de talento e sensibilidade artística. Se John Cale e Nico
pudessem regressar ao passado, é provável que, juntos, parissem algo de não
muito diverso.
No que concerne ao Atalho, este é um disco sem mácula. De e
para muitos anos.
Nota: para
aqueles a quem o detalhe possa interessar, a edição em vinil é absolutamente
fabulosa.