10/12/17

Heat Exchange "Reminiscence"



É quase um exercício de pura arqueologia.

Todos os dias são descobertos espólios inéditos de bandas que, nos idos 60s ou 70s do século passado, estiveram às portas do sucesso mas que por razões diversas, umas exógenas outras endógenas, nunca as transpuseram.

Heat Exchange por exemplo. Oriundo de Toronto, este sexteto canadiano publicou em 1972, através da independente Yorkville, três singles demolidores. A inspiração era importada do Reino Unido e o som, como facilmente se induz se atendermos à época, navegava entre o “hard rock psicadélico” e um “progressivo” musculado. A liturgia tinha muitos apóstolos nos EUA, mas no Reino Unido o paradigma, subtilmente, principiava a mudar.

Coincidência ou não, os temas que os Heat Exchange entretanto gravaram e que se destinavam a dar corpo ao álbum de estreia, acabaram alimentando os arquivos.


Soube-se recentemente que membros da banda guardaram “masters” das gravações. A partir daí foi possível reconstituir o projectado álbum. O resultado, “Reminiscence”, inclui os títulos dos três singles mais quatro temas resgatados aos arquivos.

Enquadramento efectuado, importa referir que “Reminiscence”, não sendo uma recuperação estrepitosa, se escuta com agrado.  Entre ecos de Jethro Tull, Samurai, Web, The Way We Live, T2, Shape Of The Rain, Beggar’s Opera, King Crimson inclusivé …, desfila um conjunto de temas sólidos ( “For those who listen”, “Can you tell me”, “Stopwatch”, “Inferno” ) que, notoriamente, deveriam ter merecido maior atenção. No  tempo próprio.