26/03/17

Michael Chapman "50"



Após uma extensa carreira de cinco décadas, o veterano e dificilmente catalogável guitarrista britânico Michael Chapman decidiu-se finalmente por fazer o seu “disco americano”. “50” é o tipo de trabalho que há muito se esperava do autor.
Desde que começou a ser falado no circuito folk britânico de Cornish, Chapman assinou um extraordinário conjunto de álbuns a solo e tocou com artistas tão díspares como  Mick Ronson, Elton John, Rick Kemp, Thurston Moore, Bill Callahan, Jack Rose ou Ryley Walker.
Partindo das raízes folk, abraçou o ecletismo e os limites deixaram de ser possíveis. Inovou, desconstruiu,  raramente imitou. Daí que os seus álbuns sejam hoje tão referenciados quanto os de outras lendas como Roy Harper, Wizz Jones,  Mike Cooper, Richard Thompson ou Bert Jansch.
Comemorando os 50 anos de carreira, “50” é a reinvenção do próprio autor. À excepção de três originais, os restantes temas foram recuperados ao seu cancioneiro. Steve Gunn ( que toca guitarra e produz ), Nathan Bowles, James Elkington e Bidget St. John são as âncoras que permitem a Chapman libertar-se de “tarefas administrativas” e concentrar-se apenas na cromaticidade de sons que a sua guitarra propicia.
Sonoridades americanas, parentes próximas das detectadas nas obras de Steve Gunn, Black Twig Pickers, William Tyler ou Jack Rose. Uma pintura sonora.