06/12/16

Glenn Phillips "At the Rainbow"



Que conste, Glenn Phillips nunca integrou as listas dos “melhores guitarristas” do rock e periferias. Não obstante é responsável por dois discos enormes: “Music to eat”, no colectivo da Hampton Grease Band ( 1971 ) e, a solo, “Lost at sea” ( 1975 ).

O americano nunca procurou ser um instrumentista “convencional” – e dizendo isto, estamos a pensar em nomes como Lowell George, Clapton, Mike Bloomfield ou mesmo Ry Cooder. Phillips é, como estes, tecnicamente dotado, mas entra por territórios exploratórios adentro;  como Roy Buchanan, Robert Fripp, Jerry Garcia ou John McLaughlin.

Glenn Phillips, At The Rainbow”, resulta da recuperação de gravações efectuadas no palco do londrino Rainbow em Novembro de 1977. Com excepção do inédito “Drive on”, os oito temas são recriações de títulos incluídos nos dois primeiros álbuns: o já citado “Lost at sea” e o acabado de publicar, “Swim in the wind”. Na contracapa do álbum, o texto refere que os membros do trio que acompanha Phillips nestas actuações pouco tinha tocado junto enquanto grupo. Algo que custa a acreditar quando se escuta a prestação do conjunto nestas gravações.

Logo no inicio, através de “The Flu” ficamos a saber ao que vêm. A abertura do tema relembra de imediato “Birds of fire”, esse monumento erigido pela Mahavishnu Orchestra um par de anos antes. Depois, a  partir daí e até ao fim é toda uma incandescente sequência de solos de guitarra que se cruzam com os  silêncios, evocações e urgência das melodias, sempre com a guitarra funcionando como instrumento de liderança e coesão.

E quando  se escutam as versões de  “Dogs” ou do épico “Phoebe”, é difícil compreender como foi possível estas fitas terem permanecido tantos anos na gaveta. E sim , Phillips é definitivamente um dos grandes guitarristas da sua geração.