09/06/16

Chris Forsyth & The Solar Motel Band "The Rarity of Experience"



A menos que um dia o próprio o decida divulgar, nunca saberemos com que intuito Chris Forsyth frequentou as aulas de Tom Verlaine. Se para melhorar a sua técnica instrumental, aproximar-se do estilo peculiar do mestre, ou ambas.

Uma dúvida que o novo registo de Forsyth com a Solar Motel Band  The rarity of Experience I & II” não esclarece em definitivo.

Na sequência do anterior “Intensity Ghost”,  este duplo cd é de uma intensidade extrema. Os dois primeiros temas ( “Anthem I” e “II” ) tudo pulverizam à sua passagem. As guitarras além de geométricas e sincopadas, são ostensivamente metálicas e quando conluiadas com uma percussão tribal como é o caso, deixam as canções em carne viva.

“The rarity of experience Part 2” soa como se Verlaine e Richard Lloyd regressassem do passado com uma versão actualizada de “Foxhole”. “High Castle Rock”, um extraordinário épico onde os intensos duelos entre as guitarras Forsyth e Nick Millevoi não fazem prisioneiros, é a verdadeira pedra de toque do álbum e aquilo que de mais parecido Forsyth terá com ele próprio. O jazzy “Harmonious Dance”, instrumentalmente menos exuberante, deixa algo a desejar em matéria de relevância.

O segundo cd vai mais longe na audácia. Mescla o estilo que já se conhecia com uma vertente experimentalista. Forsyth fã do “space rock”, do “free jazz” e de Richard Thompson. A confirmação encontra-se em “The first ten minutes of cocksucker blues” ou na ousada versão de “The Calvary Cross”.

Os próximos capítulos aguardam-se com justificada expectativa.