04/01/16

"Ork Records: New York, New York"




Alguns discos contam-nos histórias, outros relatam-nos a História. Uns e outros acabam na prateleira dos clássicos, mas os últimos têm papel importante na compreensão da cultura e do mundo à nossa volta. “Ork Records: New York, New York” é desses um exemplo maior.

Perspectivando: meados dos 70s. O prog-rock aproximava-se do seu estertor e o punk era ainda uma vaga ideia. O underground de Nova Iorque fervilhava e no palco do CBGB o rebuliço era grande.  Patti Smith e  Television deixavam o casulo. Terry Ork, um manager atento e perspicaz, criou a sua própria editora e, respectivamente, gravou os icónicos “Piss Factory” e “Little Johnny Jewel”. O resto é história, tão interessante quanto importante.


Sempre com o CBGB em mira e a New York Renaissance como pano de fundo, Ork e o sócio Charles Ball publicaram muita da música que definiu o tempo e o modo da cidade.  As primeiras composições dos Feelies, o EP de estreia de Richard Hell, Chris Stamey em processo de formatação dos dB’s, os Marbles, Alex Chilton na ressaca dos Big Star, Lenny Kaye escondido atrás dos Link Cromwell, Lester Bangs depois da Rolling Stone e da Creem, Peter Holsapple, Richard Lloyd …

“Ork Records: New York, New York” compila 49 temas com história. Desce à mais obscura das caves, trazendo à superfície pedaços de memórias que, doutra forma, nunca se conheceriam. O formato pode ser em vinilo ou cd; o fundamental é mesmo a música e as 109 páginas do livro que explica porque e como foi criada.