21/10/13

Mark Lanegan "Imitations"


 
É tudo menos uma novidade. Sou, desde “The winding sheet” ( 1990 ) um indefectível de Mark Lanegan, logo menos objectivo e independente do que gostaria.

Nas últimas semanas tenho andado às voltas com “Imitations” e as dúvidas têm sido mais que muitas. Trata-se de um registo pontualmente empolgante, mas globalmente decepcionante. Excluindo algumas colaborações ( Isobel Campbell por exemplo ), será talvez o primeiro.

Um projecto de versões é sempre um projecto de versões, mas “I’ll take care of you  ( 1999 ) também o era e é desde então um dos álbuns da minha vida. E sei que não estou só nesta apreciação.

 
Imitations hesita entre a sofisticação europeia e as paisagens rurais da América profunda, realidades porventura incompatíveis. Duvido que John Cale, Nick Cave e Gerard Manset tenham ficado particularmente entusiasmados com as novas roupagens dos respectivos temas, a inclusão de “Mack the Knife” ( de Brecht e Weill ) é pouco compreensível, e “She’s gone”, “Solitaire” ou “Autumn Leaves” soam excessivamente Presley/Cashianas, um anátema difícil de ultrapassar aqui pelo Atalho.

Talvez a escolha do material tenha sido larga em demasia ou talvez se trate apenas e só de um problema de “choque de expectativas”, tendo em conta a qualidade e a solidez do que está para trás.

Ainda assim, “Flatlands” poderá, sem esforço, fazer parte de um futuro “Best of” e, claro, “Deepest Shade” irá comigo para a “Ilha deserta”.