Por vezes sucede.
Quando nada nem ninguém o espera, do nada e do mais improvável dos lugares, surge um
grande disco. “On Sunset Lake” é um
desses casos.
Recentemente, os “opinion makers” de serviço, recolocaram o
soft-country-rock de novo na agenda. Nada que excite e nada que espante,
também. Coisa cíclica. Mas ao andarem
todos tão assoberbados, procurando seguir os passos dos Jonathan Wilson,
Jim James e Father John Misty deste mundo, não lhes sobrou tempo para procurar
em Carlisle, Lake District, na Cumbria inglesa, aquela que será a mais grata
surpresa deste inicio de 2013: os Kontiki
Suite.
Estes não se enquadram em formatos revisionistas, mais ou
menos postiços. Partem, é verdade, dos mesmos lugares, mas percorrem trilhos
mais bonitos e sobretudo, chegam a
destinos muito mais interessantes.
Três guitarras ( solo, lap steel e 12 string ) e melodias pungentes são à partida um sinal
positivo. A percepção de que o passado deve ser conhecido e estudado embora não
objecto de “copy/paste” é outro.
E ao escutar “On Sunset Lake” percebe-se que lá atrás estão os Beau
Brummels, os Buffalo Springfield, os Byrds, os Flying Burrito Brothers, os Jo
Jo Gunne… por aí. Porém o que nos é servido não é uma mera revisão da matéria
dada. É algo que embora influenciado pelos clássicos, veste roupagens modernas
e catapulta as melodias para o futuro. E
depois “In my head”, “Watching over me”,
“Music Man” e o soberbo “Magic Carpet
Ride” possuem aquele “psychedelic vibe”
que torna tudo logo diferente e perene. O aviso fica feito.