Depois de um álbum desiquilibrado, “The Gathering”, que esteve longe de impressionar e de “Aureola”,
uma interessante colaboração com Hush Arbors, os Arbouretum regressam à
matriz que os tornou populares por aqui: a linguagem Americana polvilhada pela
tradição e o lado abrasivo retirado ao rock and roll dos bares anónimos e
indiferenciados.
Ao contrário das bandas exclusivamente revivalistas em
actividade o quarteto de Dave Heumann acrescenta valor às raízes musicais da
América profunda “Coming out of the fog”
poderá muito bem ser o seu melhor
registo desde “Rites of uncovering”.
As canções
impressionam. Concisas e convictas, mergulham no interior anónimo, acrescentam
lirismo onde antes só o deserto parecia importar e são tudo menos vulgares. Tal
como um bom vinho, precisam de algum tempo para respirar e degustar. Após isso,
revestem um porte simultaneamente novo e antigo, tornam-se quase
indispensáveis.
Tudo menos vulgares, transportam-nos para lugares mágicos
outrora habitados por Neil Young uns, outros onde é possível cruzar-nos com Rich
Hopkins ou Will Oldham. E nunca a
guitarra e as canções de Dave Heumann se confundiram tanto com o sol do
deserto.