2011 tem sido um ano simpático para a “família” Feelies. “Here before”, o seu melhor álbum desde “Crazy Rhythms”, saiu no final da primavera ( teimosamente, permanece na biblioteca do meu MP4 ), e os concertos de suporte têm sido reportados como belas e agradáveis surpresas.
Agora, através de “Shine”, na aurora deste Outono verdadeiramente outonal, os Speed the Plough (uma das várias side-bands da família) regressam como se nunca se tivessem ausentado. Ao sexto álbum, este projecto “velho” de 20 anos, permanece tão simples, harmonioso e vital como no primeiro dia. Quem conhece registos como “Wonder Wheel”, “Mason’s Box” ou “Marina”, sabe o que tem a fazer. Quem não tem ou teve ainda esse privilégio, a sugestão é: corram a escutar “Shine”.
Construído em torno de 4 temas pivot: o belíssimo “Inbetween dreams” (num mundo justo uma pérola com este brilho devia passar na rádio dia e noite), “(Love is) The Best revenge” (um título recuperado do EP de 2000 dos Sunsburst, uma outra e efémera side-band), “Lucky you” e o melancólico “Who knew the world”, “Shine” integra todos os ingredientes que historicamente cativam no circulo Feelies. Inteligência, subtileza, inovação, cumplicidade …, tudo aquilo a que este colectivo flutuante, mais ou menos liderado por John Braumgartner, nos habituou ao longo de duas décadas. E nem falta a inevitável “cover song”; na circunstância “Pour man”, um original de Lee Hazelwood. “The whole thing is greater than the sum of its parts” lê-se algures no booklet do cd. Não poderia estar mais de acordo.