Ao longo dos anos tem vindo a colaborar com projectos vincadamente alternativos ( Current 93, United Bible Studies, Agitated Radio Pilot, Black Furlong ), enquanto a solo se dedica a criar silenciosas bandas sonoras para poemas de William Ripley, Mary Webb ou Ivor Gurney.
Depois de “The secret joy” em 2005, o recente “Ethe” é o seu segundo CD. Um disco maioritariamente habitado por um piano belíssimo e que oscila entre uma inspirada natureza folk e uma música de câmara lisérgica, ambas capazes de projectarem no horizonte as imagens ( terra, fogo, água ... ) que o ouvinte vai associando à liturgia sonora que preenche os espaços.
Gravado na St. Leonards Parish Church no East Sussex , “Ethe” pode muito bem ser a banda sonora que precisamos para esta primavera titubeante entre a luz e o cinzento.
Ao primeiro contacto “Ethe” surge inócuo, enganador. Depois, como em todos os grandes discos, cada nova audição avoluma a dependência. De tal forma que, ao fim de algumas horas, nunca um “simples” piano pareceu tão essencial.