“The Courage of Others” está longe de ser a nova “invenção da roda” mas é seguramente o melhor Midlake e um discos mais “redondos” dos últimos tempos.
Tim Smith aparenta ter desistido de frequentar Laurel Canyon e o seu padrão sonoro – “west coast soft rock” – para se dedicar à descoberta e recriação do folk-rock praticado por britânicos e americanos no inicio dos 70’s.
Em “The Courage of Others” as melodias, embora originais, soam antigas. Recuam até Fairport Convention, Steeleye Span, Fotheringay ou Pentangle ( influências já admitidas por Smith ) e, talvez ainda que involuntariamente, acrescentam componentes retirados ao legado de Tom Paxton, David Blue ou Ian Matthews.
As guitarras acústicas, estrategicamente colocadas entre as vozes e as melodias, conferem ao conjunto uma sonoridade “laid-back”, onde sobeja a melancolia mas escasseia a luz.
Um detalhe que não é no entanto suficiente para me afastar de um trabalho quase perfeito do ponto de vista instrumental e que vai semeando pequenas pérolas (“Acts of man”, “Fortune”, “Rullers, ruling all things”, “Bring down”) à medida que o disco vai percorrendo o seu caminho.
Em bom rigor, a visão e a inquietude experimentalista de Greg Weeks/Espers, Black Flowers, Owl Service ou Trembling Bells são para o Atalho propostas mais motivadoras. Todavia, o classicismo dos Midlake de “The Courage of Others” ainda que posicionado para além das margens do underground, não deixa de ser francamente amigável.
