28/11/09

"Krautrock, Cosmic Rock and its Legacy"


(1ª Edição, Black Dog Publishing, London, UK, 2009)

"KrautrockSampler”, o ensaio que Julian Cope publicou em 1995, permanece uma referência incontornável no campo dos textos dedicados à música moderna alemã pós 1967. Está lá tudo, ou quase tudo, o que qualquer fã gostaria de ter escrito sobre o tema.

Quinze anos passados, embora naturalmente sem o mesmo impacto, a mais valia de “Krautrock, Cosmic Rock and its legacy” reside no facto de concretizar uma abordagem mais profissional e estruturada ao assunto. Sendo que, o aumento da distância relativamente ao tempo e aos acontecimentos retratados, também ajuda.

A Introdução, da responsabilidade de David Stubbs (um dos vários jornalistas/experts que contribuem para o livro), é o enquadramento sócio-político que faltava no livro de Julian Cope. Stockhausen foi sem dúvida importante, mas Stubbs chama a atenção para outros factores históricos que não podem ser negligenciados.

("KrautrockSampler" 1ª edição Head Heritage, UK, 1995)


A contribuição de Erik Davis é igualmente importante para finalmente se perceber que Krautrock e Kosmische Musik não são exactamente sinónimos em matéria de forma e conteúdo.

Ainda que num registo demasiado conciso, alguns dos artistas mais importantes do período (não necessariamente os mais conhecidos), têm aqui o perfil talhado. Mais interessante e inovador é o trabalho sobre os produtores e editoras discográficas. Destaque merece também a introdução de uma “timeline” que, de 1967 a 1975, recorda o que de mais importante sucedeu na Alemanha: na politica, no cinema e na música.

Se juntarmos “Krautrock, Cosmic Rock and its legacy” a “KrautrockSampler” ficaremos a saber tudo o que realmente interessa sobre uma das linguagens musicais mais radicais da segunda metade do século XX. De caminho, convirá também regressar aos discos…