15/12/21

Jardins do Paraíso ( LXXI )

 


Na sua auto-biografia, “Beeswing, Fairport, Folk-Rock and Finding My Voice 1967-1975Richard Thompson refere-se inúmeras vezes a Joe Boyd como uma das personagens que mais contribuíram para a consolidação ( eternização ) da renascença do folk britânico e sua posterior miscigenação com a linguagem mais pop / rock na Grã Bretanha.

Decidi entretanto reler “White Bicycles, Making Music in the 1960s” ( Serpent’s Tail, 2005 ) do próprio.



Ao contrário do que à partida cheguei a temer quando li o livro pela primeira vez,
Brian Eno não exagerou no comentário “The best book about music I have read in years”. Trata-se de facto de uma leitura deliciosa e riquíssima do ponto de vista histórico.

Com assinalável detalhe, relata episódios, encontros, desencontros, sucessos e falhanços de uma carreira com enorme longevidade que, no que à vertente histórica directamente concerne, teve o seu pináculo entre os anos de 1966 e 1973 (  http://www.joeboyd.co.uk/discography ).



Ainda que configure exemplo algo pífio e insuficiente da enorme contribuição de Boyd para a música da época ( dos ecos estéticos posteriores nem valerá a pena aqui falar ), a compilação “White Bicycles Making Music in The 1960s” que à data ( 2006 ) procurou ilustrar musicalmente o livro, funciona como espécie de iniciação para a descoberta do património de uma personagem que, não sendo músico, tinha um talento incomum para os compreender, aconselhar e potenciar as respectivas carreiras.

A esmagadora maioria dos 23 temas que integram a compilação são em si mesmas pequenas peças de antologia.