16/02/22

Norma Tanega "Walkin' My Cat Named Dog"


I just want to sing for people. You might say it’s mass love. It’s not the money. I don’t know what to do with money”

Cantora, compositora, experimentalista, pintora, activista … , Norma Tanega, natural de Vallejo / San Francisco, é ( foi ) um produto do seu tempo, ainda que por opção,  tenha vivido permanentemente fora dele.

Tornada conhecida através do tema “Walkin My Cat Named Dog” (impossibilitada de ter um cão, adoptou um gato a que chamou “Dog”), entre o surpreso e o contrafeito gravou um trio de singles para a New Voice Records de Bob Crewe. Uma coisa leva a outra e em 1966 é publicado um primeiro álbum, justamente chamado “Walkin’ My Cat Named Dog” com o objectivo de capitalizar o impacto do single, sendo que no rescaldo de “Eve of Destruction”, o caminho já tinha sido desbravado com uma versão de Barry McGuire.

Um álbum do seu tempo reforço, mas repleto de idiossincrasias e, mais importante, fiel depositário de    excelentes textos a algumas boas canções. Musicalmente é tão frugal quanto diversificado; remete para a simplicidade embrionária de Joan Baez ou Tom Rush, mas simultaneamente prenuncia Margo Guryan ou Phil Ochs.



“Waves”, “Jubilation”, “I’m dreaming a dream”, “Hey Girl” ou o tema título são clássicos perdidos algures no tempo, uma realidade a que não será alheia a ausência de ambição da sua autora em construir uma carreira.

Todo o modo, e tendo perfeita consciência que se trata de um trabalho datado, “Walkin’ My Cat Named Dog” é um álbum que se redescobre com muito agrado. A recente reedição inclui “Bread” e “Run, on the run”, dois temas oriundos dos singles e que não fizeram parte do alinhamento original do álbum.  

Em 1971, já em Londres, Norma gravaria “I don’t think it will hurt if you smile”, um álbum  publicado apenas no Reino Unido e Nova Zelândia e do qual se aguarda com expectativa uma possível reedição.