Conta-se que Terry
Reid terá sido a primeira escolha de Jimmy Page para ser a voz dos Led Zeppelin.
A escusa de Reid terá sido porventura o grande golpe de sorte
para os Zeppelin, pois conhecendo o percurso ulterior daquele, é difícil
imaginá-lo numa pose histriônica a balbuciar 39 melosos “babies” por canção,
tal como Robert Plant viria a fazer com aparente naturalidade e, note-se,
grande aceitação.
Igual recusa receberam
também aos Deep Purple, preferindo Reid apostar numa carreira a solo que, não
tendo sido especialmente prolífera, inclui álbuns memoráveis como “Seed
of Memory” ( produzido por Graham Nash ) e “River”.
Sobre este, há muito que corriam rumores sobre as sessões que
lhe deram origem; nomeadamente quanto ao facto de existir material suficiente
para publicar três álbuns. “The Other side of The River” é a
clarificação de todos rumores e uma prova mais do enorme talento do cantor.
Decorria o ano de 1973. Tim Buckley, Van Morrison, John
Martyn, Lowell George encontravam-se às portas do céu. Terry Reid andou por lá,
misturando o folk, o blues, a soul, o rock e até os sons do Brasil ( uma cortesia
de Gilberto Gil, presente nas sessões
de gravação ).
“The Other side of The River” acrescenta 6 excitantes canções
inéditas e 5 versões alternativas. Geminados,
ainda que separados por 43 anos, os dois discos completam-se e são o testemunho
real de um músico que preferiu seguir o seu talento a ser famoso.